Banco Central do Brasil
Folha de S. Paulo/Nacional - Opinião
sábado, 1 de agosto de 2020
Cenário Político-Econômico - Colunistas
Dossiê obscuro
Clique aqui para abrir a imagem
Embora o presidente Jair Bolsonaro tenha
deixado nas últimas semanas a prática de
ataques públicos a instituições e adversários
políticos, amplos setores de seu governo
prosseguem no fomento da polarização e do
conflito ideológico.
Assim o exemplifica a revelação do UOL de que
o Ministério da Justiça deflagrou, no mês de
junho, ação sigilosa para monitorar um grupo de
579 servidores federais e estaduais da área de
segurança identificados como participantes de
um "movimento antifascista".
Além desses funcionários, o dossiê inclui quatro
acadêmicos, entre eles o ex-secretário de
Direitos Humanos do governo Fernando
Henrique Cardoso, Paulo Sérgio Pinheiro, desde
2011 presidente da comissão internacional da
Organização das Nações Unidas (ONU) voltada
à República Árabe da Síria.
A produção de um dossiê com nomes,
endereços em redes sociais e, em alguns casos,
fotografias coube à Secretaria de Operações
Integradas (Seopi) , uma das cinco secretarias
subordinadas ao ministro André Mendonça.
O titular da pasta, como se sabe , foi nomeado
por Bolsonaro em abril para substituir Sérgio
Moro, que deixou o cargo ao se declarar
coagido a interferir no comando da Polícia
Federal - que investiga parentes e aliados do
mandatário.
Mendonça, que ao tomar posse no cargo
identificou o presidente como um "profeta na
luta contra a criminalidade", não parece ter
maiores pruridos quando se trata de agradar ao
chefe.
O documento preparado pelo ministério foi