Elle - Portugal - Edição 382 (2020-08)

(Antfer) #1

ESTILO


36 ELLE PT


jável por todos – e é certo que nunca irá
substituir por completo a experiência
de estar presente num desfile de moda
ao vivo e a cores – mas abre uma série
de novas possibilidades que quebram
todas as barreiras e limitações físicas.

NOVOS FILTROS
Não é só pelo mundo do 3D que a in-
dústria da moda se pode ficar. Especial-
mente agora em que, com a chegada
da quinta geração de rede sem fios (a
tão discutida 5G), o processamento de
dados móveis nos nossos dispositivos
promete tornar-se ainda mais rápido.
O sistema de realidade aumentada é
outro dos que é cada vez mais estudado
pelas marcas, que tentam ao máximo
perceber e compreender de que forma
a podem usar a seu favor (sendo que em
alguns casos, já está a ser implementa-
do). Consegue imaginar o que é estar
no conforto do seu lar a experimentar
roupa virtual? Foi precisamente isso
que a Gucci fez (sendo até à data das
poucos a experimentar este serviço),
este ano, quando lançou em parceria
com o Snapchat (com quem tem vindo
a trabalhar já desde 2018) um filtro de
realidade aumentada que permitia aos
utilizadores dos EUA, Reino Unido,
França, Itália, Arábia Saudita, Austrália
e Japão experimentar quatro modelos
diferentes de sapatos (os Ace, os Rhyton,
os Tennis 1977 e os Screener) e comprá-
-los logo em seguida, bastando para isso
clicar nas palavaras “comprar agora”.

SIRI, FAZ-ME UM VESTIDO
Quando pensamos em inteligência
artificial, pensamos em filmes como
AI – Inteligência Artificial, lançado no
ano 2000, com Jude Law, onde robôs
com atitudes humanas são usados para
servir os humanos, ou então, mais recen-
temente, nas assistentes de dispositivos
móveis como a Siri, da Apple. Contudo,
e ainda que não tenhamos chegado ao
ponto em que máquinas são capazes
de agir como pessoas, a verdade é que
a inteligência artificial já consegue ir

mais longe e fazer algo mais do que
um simples «Alexa toca a nova música
da Katy Perry». E é neste sistema (em
conjunto com a análise de dados) que
a indústria parece querer apostar. E
porquê? Simples: para garantir que
sempre que abre um site de compras,
consegue encontrar tudo aquilo que
precisa sem que para isso tenha que
despender muito tempo. Para que isso
aconteça, esta combinação de programas
analisa todas as compras e pesquisas que
tem feito, e vai, ao longo do tempo,
ganhando melhor conhecimento sobre
o tipo de produtos que gosta.
No entanto, e por muito divertido
ou entusiasmante que pareça, existe
uma pequena falhanestesistemaque
tem ainda de sercontornada:o abusoao
acesso da informaçãodosclientes,pro-
veniente de terceiros.Estafoiumadas
questões levantadas(devidoao direito
de privacidade)depoisdeterrompido
o escândalo daCambridgeAnalyti-
ca, onde milharesdedadospessoais
de utilizadores deredessociaisforam
usados para influenciarosresultados
das eleições presidenciaisnosEstados
Unidos da América.Desdeentão,os
governos do mundointeirocomeçaram
a criar regulamentaçõesmaisapertadas
que proíbem sistemasterciários(como
o Facebook) dedisponibilizaremos
dados dos seus utilizadoresa outro(uma
norma que, nocasodePortugal,se
aplica através doRegulamentoGeralde
Proteção de DadosdaUniãoEuropeia).

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