Valor Econômico (2020-08-01, 02 e 03)

(Antfer) #1

JornalValor--- Página 1 da edição"03/08/20201a CADB" ---- Impressa por LGerardi às 02/08/2020@21:00:


Sábado,domingoesegunda-feira, 1, 2e3deagostode2020|B

Empresas


Plano da Eletrobras
AEletrobrasprevêinvestircerca
deR$6bilhõesporanoaté2035,
masacreditaquepodedobraresse
montante,seforprivatizada.Aes-
tatalanunciousábadofimdodia
novoplanoestratégicopara
anos,comdiferentescenáriosde
negóciosecomperspectivasdein-
vestimentosdeR$12,6bilhões
anuais,casoacapitalizaçãodaem-
presaavance.Aexpectativadogo-
vernoéaprovar, nosegundose-
mestre,oprojetodeleiqueautori-
zaadesestatização.Página B

Fábricade lecitina
AempresaespanholaLasenor,do-
nadereceitaanualde45milhões
deeurosaoano,vaiinvestirR$
milhõesnaproduçãodelecitina
desojaegirassol,emparceriacom
aGoldenTechnology, fabricante
brasileiradecorantes.Osrecursos
serãoinvestidosnaconstruçãode
umafábricanocomplexoindus-
trialqueaLasenorpossuiemPo-
tim(SP).Anovaplantavaipermi-
tiràLasenorquadruplicarsuaca-
pacidadedeproduçãonopaís,pa-
ra800toneladaspormêsdeemul-
sificantesnaturaisesintéticos.A
expectativadascompanhiaséque
aunidadeentreemoperaçãono
segundosemestrede2021.

Dívidada Petrobras
Impactada pelo choque do petró-
leo, a Petrobras não deve atingir
maisem 2021a metade reduzir
sua dívida bruta para menosde
US$ 60 bilhões, comoesperava
antesda crise. Com isso, a nova
política de dividendospodelevar
maistempo para começar a valer.
A diretora financeira da estatal,
Andrea Marques, disse, na sex-
ta-feira, que a metade endivida-
mentosó deve ser alcançada “tal-
vez em 2022”. O indicador funcio-
na comogatilho para que a nova
política de dividendosda empre-
sa seja acionada e, portanto, para
que a empresa passe a pagar mais
que os dividendos mínimos obri-
gatórios. A dívida bruta da petro-
leira é de US$ 91 bilhões.

Índice


CarreiraB
SociedadeB
InfraestruturaB
In dústriaB5, B6 e B
Movimento falimentarB
Serviços&TecnologiaB
AgronegóciosB9 e B

Destaques


No AlbertEinstein, mil


funcionáriostrocaram


de postos, diz Miriam


da Cunha,diretora de


RecursosHumanosB


Impactoda pandemia
Reduçãodo númerode usuáriosde planosde saúde e dental

0

10000

20000

30000

40000

50000

60000
47,025 47,042 47,113 47,046 46,8 30

25,842 25,935 25,892 25,633 25,37 3

Janeiro Fevereiro Março Abril Maio

Númerode usuáriosem 2020,até maio(emmilhões)

10,
10,

13,

(^201720182019)
Inflação médica(variaçãoem %)*
9
12
15
Saúde Dental
SaúdeOperadorasreduzemreajustesnarenovaçãodoscontratosparamanterosnegócios


Na saúde, mercado encolhe e preço cai


Beth Koike
De São Paulo

Entremarço e maiodeste ano,
os primeiros meses da pandemia
no país, 283,6 mil pessoas perde-
ram o plano de saúdee 518,7 mil
deixaramde terconvênio odonto-
lógico.Amaiorparte dessaperda
refere-se a funcionários que foram
demitidospor causa da criseeper-
deram,assim,obenefício.Aexpec-
tativaé que esse movimento de
cancelamento de planos continue
pelomenosatéagosto.
Trata-se de uma queda histórica
considerandoum período tão cur-
to.Acriseanteriordosetor,reflexo
da maisgrave recessão enfrentada
pelo país, começou em 2015 e se
estendeuaté 2017-n esse período
3 milhõesde pessoas ficaramsem
planos de saúde. Na época, acada
mês,em média, 83 mil pessoas
perdiam oconvênio médico.Ago-
ra na pandemia esse número cres-
ceupara142milpormês.
Neste ano, omercado de planos
dentais, historicamente maisresi-
lientedoqueodeconvêniosmédi-
cos, também éafetado. Além das

demissões, muitos trabalhadores
que tiveramredução de salário
cortaram obenefício para ajustar
oorçamento.AOdontoPrev, maior
operadora dentaldo país, perdeu
274 mil usuários no segundo tri-
mestreoque foi classificado pela
companhia como uma queda sem
precedentes.
Nesse cenário, as operadorasde
planosde saúde estão abrindo
mão do reajuste eaté concedendo
descontos, para nãoperder clien-
tes mesmocom uma inflação mé-
dicaque bateuem 13,86% em

2019.Essepercentualestá3,5pon-
tos percentuais acimado registra-
do em 2018e2017, segundo le-
vantamentorealizadopelaconsul-
toriaArquitetosdaSaúdequeana-
lisouas despesas médicas ehospi-
talares dos 47 milhões de usuários
de planos de saúde no país. É apri-
meira vez que um estudo desse ti-
po consideratodaabase de pes-
soascomconvênio.
“Há umapressãoenorme por
reajustezero e algumas operado-
rasestãoatédandodescontos.Éal-
go quenão se via eissotudo para

segurar o cliente”, diz Paulo Jorge
Rascão Cardoso, vice-presidente
executivodesaúdeebenefíciosda
Aon,consultoria que administra
umacarteiracom 2,8milhões de
usuários de planos de saúdecor-
porativos.
Como prolongamento da pan-
demia, as concessões têm aumen-
tado. Noprimeirotrimestre,acon-
sultoria It’s Seg conseguiu baixar o
reajustemédiode 18,10% pedido
pelas operadoras para 9%. Já no se-
gundotrimestre, opleito era de
um aumentode 24,8% e se chegou

aumacordode7%.“Éumanomui-
to difícil.Aindanão sabemosse
haverá umaretomadaexpressiva
de procedimentos médicos no se-
gundo semestre, oque elevaráos
gastos”, diz Thomaz Menezes,pre-
sidente da It’s Seg, que fazagestão
do convênio médico para maisde
1milempresas.
No primeiro semestre, a Amil
negocioucontratos de empresas
que juntas somam 520mil usuá-
rios. “Emmédia, temosadotado
umaredução de reajuste de até
30%, considerando ohistóricodo
cliente”,diz Rodrigo Rocha, vice-
presidente de crescimento do Uni-
tedHealth Group Brasil, donada
Amilquetem3,4milhõesdevidas.
Emalgunscasos,aoperadoratam-
bémprorrogouadatadoreajuste.
Umdosargumentosdasempre-
saspara reduzir o reajusteé aque-
da na taxa de sinistralidade, que
registra quantoa pessoausou o
plano de saúde. Em junhode
ficou em 81% e nesteano caiu a
59%. Caiu poisprocedimentos não
ligadosàcovid-19foram cancela-
dos, segundo a Agência Nacional
deSaúdeSuplementar(ANS).

Turismono Nordeste


começa a destravar


Viagens


Marina Falcãoe CibelleBouças
Do Recife e de São Paulo

Com sinaisde declínio da pan-
demia no Nordeste,os resortsda
região começam areabrirsob rí-
gidos protocolosde segurança.
Para destravar a demanda no
curtoprazo,após quatro meses
defaturamentozero,oshotéisde
luxoapostam no turismo regio-
nalenaspromoções.
O resort Summerville, em Porto
de Galinhas(PE)voltou afuncio-
nar do dia 9de julhocom limita-
ção de capacidadede60% edes-
contos de 30% nas diárias. “Esta-
mos sendo surpreendidos positi-
vamente”,dizCarolinaPontes,exe-
cutiva comercial do grupo Pontes
Hotéis, dono do resort. A procura
nos finais de semanaestá superior
a capacidade de atendimento e,
paraoRevéllion, está acima de
2019.
SegundoaCVC, maioroperado-
ra de viagens do país, os principais
mercados emissores parao Nor-
destesempre foram os Estados do
SudesteedoSul,masnaretomada,
os clientes têmpreferido viajarde
carro.Aoperadoradizque80%das
consultasde preçoseembarques
de consumidores estão hojecon-
centrados em destinos nacionais,
principalmente Nordeste. Os mais
procurados são Porto de Galinhas
(PE), Maceió, Natal,Fortaleza, Por-

toSeguro(BA)eSerraGaúcha(RS).
A agência Decolar destacatam-
bémRecifeeSalvador.
Com fluxode 1,5 milhão depes-
soas no ano passado,oBeach Park,
tradicional parque aquático em
Aquiraz (CE), deve reabrir em
agosto comlimitação de 30% da
capacidade. De início, funcionará
apenasum dos quatrohotéis no
entornodaatração.
SegundoMuriloPaschoal,presi-
dentedo BeachPark, será necessá-
ria reserva antecipada dosingres-
sos paraevitar filas. Para o médio
prazo,diz,asperspectivassãoposi-
tivas.Historicamente, 95% dos tu-
ristasrecebidospelaatraçãosãode
dentrodo Brasil. “O turismo do-
mésticodeveserecuperarantesdo
internacional por contado câm-
bio eda conectividadeaéreainter-
nacionalreduzida”, diz.
Na Bahia,a maioria dosresorts
deixou paraabrir no início de se-
tembro. Marco Amaral, vice-presi-
dentedeoperaçõesdaMinorHo-
tels Europa e América do Sul, dona
do Tivoli na Praiado Forte(BA),
projeta 20% de ocupação nas pri-
meiras semanas, com demanda
crescentedereservas“lastminute”,
ouseja,deúltimahora.“Aspessoas
não estão querendo tomardeci-
sõesdeviagemcom muita antece-
dência, commedo de terem seus
vooscanceladosou remarcados”.
Para encorajar oconsumidor, o Ti-
voli flexibilizou remarcações e
cancelamentos. Porenquanto, as

diáriasestão,na média,15% mais
baratas.
OLa Torre Resorts, em Porto Se-
guro (BA), funcionará inicialmen-
tecomlimitaçãode50%dacapaci-
dade,apartirdesetembro.Entreas
adaptações de segurança, está o
fim do sistema de buffets nosres-
taurantes —que foi abolido tem-
porariamenteem quasetodosos
resorts.Haveráumcardápiododia
com pratos individuais. Renata
Righi, diretoracomercial do La
Torre Resorts, diz que o grande
destaqueéaprocuradeclientesde
Estadosvizinhos.
Comareabertura,osresortsten-
tam minimizaros prejuízos do se-
gundo trimestre, quando osetor
de turismo perdeu R$ 122bilhões
em faturamento, queda de 79,1%,
de acordo com aFederação Brasi-
leira de HospedagemeAlimenta-

ção. No período, a taxa de ocupa-
ção nos hotéis ficou em menos de
10%, segundo o Fórumde Opera-
doresHoteleirosdoBrasil.
Sergio Souza, presidenteda As-
sociação Brasileira de Resorts, dis-
se que as redesmostraram em ju-
lho melhora na demandadurante
os fins de semana, principalmente
em cidades litorâneas. Um reto-
madamaisforte,porém,depende-
rá do setor aéreo,que está aumen-
tandoaofertagradativamente.
Opresidenteda Azul, John Rod-
gerson, diz que observa aumento
na demandapor voospara oNor-
deste e Centro-Oeste. Para agosto,
aAzul anunciou aampliaçãodo
número de voos de 240 para 303
decolagens diárias, representando
35% da capacidade que aempresa
ofereciaantes da pandemia. Desti-
nos comoRecife, Salvador, Porto

Seguro(BA),Maceió, João Pessoa e
Cuiabáforamretomados.
Em julho,aGolaumentou em
170% aoferta de voos em relação a
junho, para250 decolagensdiá-
rias,passando aoperar com 30%
de sua capacidade. Já a Latam vai
ampliar aoferta de voos em mais
de 50%em agosto e setembro,
saindo de uma média de 110 voos
pordiaemjulhopara244.
O Nordeste é uma regiões mais
atingidas pelapandemia, concen-
trando 31,5% das mortes no país,
segundooMinistériodaSaúde.No
entanto, a média móveldos óbitos
na região, que chegou a quase 370
por dia em 14 de junho, cai 27,6%.
Em Pernambuco, o indicador re-
duziu pela metade do pico em ju-
nhoatéagora.NoCeará,aretração
da média móvel é de 70% desde, e
naBahia,oindicadorrecua16%.

Amaral, da MinorHotels,donado Tivoli na Praia do Forte (Bahia), diz que há demandacrescente de reservas de últimahora

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