Clipping Banco Central (2020-08-02)

(Antfer) #1

Banco Central do Brasil


Correio Braziliense/Nacional - Política
domingo, 2 de agosto de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Paulo Guedes

Nas entrelinhas


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Autor: por Luiz Carlos Azedo
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As pedras no caminho
O presidente Jair Bolsonaro entrou em modo
reeleição. Há uma bipolaridade nessa atitude: o
lado negativo é perder o foco na gestão para
priorizar a disputa política, dois anos e meio
antes do pleito de 2022; o positivo, a aposta na
eleição, ou seja, na política, o que significa uma
mudança de rumo, se considerarmos a escalada
de confrontos com o Supremo Tribunal Federal
(STF) e o Congresso em que vinha uma
ameaça real à democracia. Não há novidade
nenhuma nessa antecipação, o mesmo foi feito
pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva,
quando se sentiu ameaçado pelo mensalão; e

pela presidente Dilma Rousseff, depois dos
protestos de maio de 2013. É óbvio que a
campanha antecipada merece críticas, mas daí
negar a aposta nas eleições como uma
mudança em relação à postura golpista em que
vinha é um grave equívoco.

Desde a aprovação do instituto da reeleição, no
primeiro mandato do ex-presidente Fernando
Henrique Cardoso (PSDB), todo governante é
favorito nas disputas eleitorais. Mesmo em
situações dificílimas, como aconteceu com Lula,
no pleito de 2006, e Dilma Rousseff, em 2014. A
força de inércia do Estado brasileiro é
formidável, seja por causa da centralização
crescente da arrecadação tributária nas mãos
da União, e que o ministro da Economia, Paulo
Guedes, quer centralizar ainda mais, seja pelo
fato de termos um Estado ampliado, que mexe
com a vida dos cidadãos em todo o território
nacional. A rigor, somente o estado de São
Paulo, que também tem muitos tentáculos, se
basta em relação ao governo federal do ponto
de vista dos serviços que oferece aos seus
cidadãos. Não à toa é o único em condições de
sustentar frontal e permanentemente oposição
ao governo federal, sem colocar em risco a
própria governabilidade.

Para ir direto ao assunto, quem quiser que se
iluda, o presidente Jair Bolsonaro é o favorito
nas eleições de 2022. Quando nada porque o
governo federal é a forma mais concentrada de
poder, e isso pesa na balança quando o
governante concorre à reeleição. Significa que
Bolsonaro seja imbatível? Não. Mas é preciso
levar em conta que, historicamente, desde a
adoção da reeleição, nenhum presidente deixou
de renovar seu mandato. O sujeito precisa fazer
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