Clipping Banco Central (2020-08-02)

(Antfer) #1

Banco Central do Brasil


Correio Braziliense/Nacional - Economia
domingo, 2 de agosto de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Produto Interno Bruto

Desigualdade é a maior trava para o


crescimento


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O aumento da desigualdade no Brasil é um dos
principais fatores que explicam a falta de
crescimento do país nos últimos anos. E, nesse
cenário de estagnação global o Brasil, que já
vinha crescendo pouco após a recessão de
2015-2016, mergulhou em uma nova crise ainda
mais profunda sem ter saído da anterior.

Por conta disso, é consenso entre fiscalistas e
desenvolvimentistas que o aumento da
desigualdade, presente antes da chegada do
novo coronavírus, será ainda mais profundo.
Para eles, uma das lições desta crise é de que o
governo precisa elaborar um programa melhor
de assistência social, que dê garantias para
uma renda básica aos mais vulneráveis.

Nesse sentido, o debate varia sobre o tamanho
desse programa de renda básica, sua
abrangência e duração. "A desigualdade é uma
trava para o crescimento do país e, no Brasil,
ela é um problema, porque é muito elevada. Um
dos maiores motivos de um país ter renda
média alta é que uma parcela grande da
população teve acesso à educação de
qualidade e formação técnica, como fez a
Coreia do Sul", comenta Otaviano Canuto,
diretor do Center for Macroeconomics and
Development. "O país paga um preço mais alto
em termos de Produto Interno Bruto (PIB) por
essa carência de educação de qualidade para
uma parcela grande da população", adiciona. "O
Brasil não poderá evitar a realidade de um
ajuste fiscal gradual e, ao mesmo tempo, pensar
em mecanismos de proteção social para a parte
debaixo da pirâmide", pontua.

Monica de Bolle, pesquisadora sênior do
Peterson Institute for International Economics,
em Washington, destaca que a crise atual
provocada pela pandemia está mudando uma
série de paradigmas da macroeconômica e, no
momento, o debate para uma saída da crise
passa, necessariamente, por uma maior
atuação do Estado e pelo aumento de gastos. A
especialista, que não se denomina fiscalista e,
muito menos, desenvolvimentista, aponta a
necessidade de um programa de renda básica
universal como uma das ferramentas para o
país sair dessa crise sem precedentes. Na visão
da especialista, mesmo custando 1,5% do PIB,
um programa nesse sentido seria extremamente
salutar. "A pandemia atinge muito diretamente
pessoas em situação de vulnerabilidade e que
estão morando em aglomeração. O que
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