Banco Central do Brasil
Correio Braziliense/Nacional - Economia
domingo, 2 de agosto de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Banco Central
Brasil S/A
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Autor: por Antonio Machado
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Mais foco, por favor
Tal como a tomada de três pinos, cujas razões
técnicas nunca foram convincentes, a nova
cédula de R$ 200 anunciada pelo Banco
Central chega para confundir, já que a
substituição do dinheiro manual por meios de
pagamentos digitais é uma tendência forte em
todo o mundo, além de contrariar o cronograma
de inovações da própria entidade.
O BC marcou para novembro a estreia do que
tem chamado de PIX, uma plataforma de
pagamentos instantâneos funcionando 24 horas
sem fins de semana, diferentemente do DOC e
do TED bancário. Estudos para um e-Real,
moeda digital em testes na China e em
discussão nos EUA, tanto pelo Federal Reserve
quanto pelo Congresso, também estão na
agenda do nosso BC. Tais movimentos
competem com o dinheiro físico.
A digitalização de processos e transações é
uma ruptura definitiva que vem imprimindo
mudanças profundas nos modelos de negócios
e até inviabilizando atividades antes prósperas,
como agência de turismo e mesmo os bancos
comerciais baseados em atendimento
presencial ou remoto e a guarda e gestão dos
depósitos de correntistas.
Já não precisa ser assim. Uns dez anos atrás,
Bill Gates disse que logo se constataria que o
crédito pode prescindir do banco comum. Não
falou em aplicativo de celular, então em
progresso, mas é o que se tornou ubíquo
mesmo no Brasil. O celular é tudo em um
mundo em evolução. E avança sobre a fronteira
da política monetária.
O Senado dos EUA debate projeto que cria o
dólar digital e instrui o Fed ou os bancos
credenciados a abrir uma conta-corrente digital
para cada cidadão americano (como fez a Caixa
Econômica Federal para pagar o auxílio
emergencial à população desbancarizada).