Clipping Banco Central (2020-08-02)

(Antfer) #1

Banco Central do Brasil


Correio Braziliense/Nacional - Economia
domingo, 2 de agosto de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Banco Central

Então, para que a nota de R$ 200, quando
muitos dos que ainda se servem de dinheiro
sonante se queixam da dificuldade de achar
troco para R$ 100? O Banco Central Europeu
tirou de circulação a nota de 500 euros, o
Banco Central da Índia recolheu as de 100
rupias, e por aí vai.


E por que assim fizeram? Primeiro, porque,
embora ainda relevante em alguns países, a
moeda física é cada vez menos necessária.
Mas, sobretudo, para dificultar a evasão fiscal e
o tráfico de drogas e armas, que fogem de
pagamentos suscetíveis de serem rastreados.
Não é para isso, obviamente, que o BC criou a
nota com a efígie do lobo-guará. Certo? Mas
será sua tomada de três pinos do mundo
digital.


Distrações para confundir
A mistura de distrações com ideias obsoletas
na condução das ações de política econômica
tem sido recorrente desde que foi promulgada
a Constituição de 1988, pondo os interesses da
elite dos servidores públicos à frente dos da
sociedade -- e isso em conluio com setores
econômicos retardatários e políticos
retrógrados.


Pense nisso. Quando ocorreu a última grande
discussão ou crise política em que não
estivessem envolvidas questões ou de
interesse da burocracia e de corporações
(procuradores, juízes e policiais federais,
oficiais das forças armadas, servidores do
Judiciário e do Congresso etc.) ou provocadas


pelas decisões tomadas em benefício desses
personas?

Qual a última vez em que se viu economistas
do governo e políticos pensando a vero o
progresso econômico e social? Foi providencial
a entrada em cena do liberalismo de vitrine que
abomina o Estado e ignora a sua função social,
já que poupa os reais donos do poder de
renunciar a nacos de dinheiros públicos,
enquanto atendem ao mercado financeiro com
a suposta austeridade fiscal. Para eles, já está
de bom tamanho o resultado das commodities.
O resto do PIB é troco...
Uma ideia tirada do lixo
A ideia tirada do lixo da volta da CPMF
travestida de contribuição sobre transações
digitais é como a nota do lobo-guará, que os
memes nas redes sociais trocaram pelo vira-
lata caramelo. É proposta por razões obscuras.
Começa pela sua forma jurídica, contribuição e
não imposto, para o governo federal não ter de
ratear a sua receita com estados e municípios.
A federação é um estorvo para tais liberais.

Teoricamente, a nova CPMF seria o jeito de
desonerar encargos da folha, que o ministro da
Economia acha ser a razão de as empresas
criarem pouco emprego formal. Só que salário
para o empregador é o seu custo total (férias,
13º etc), não o que o empregado recebe.

Além disso, se o motivo é gerar emprego
formal, o negócio informal (do pequeno
empreiteiro de obras a negócios formais, como
a oficina que atende ao cliente na loja visível e
faz o serviço num local sem registro) é que
deveria ser estimulado a sair da
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