Clipping Banco Central (2020-08-02)

(Antfer) #1

Banco Central do Brasil


Correio Braziliense/Nacional - Opinião
domingo, 2 de agosto de 2020
Cenário Político-Econômico - Colunistas

automático com os EUA é que, no comércio
internacional de commodities, brasileiros e
americanos também são concorrentes. E as
duas maiores potências agrícolas do planeta
têm a China como principal mercado. Somente
um desmiolado que nada comerciou (um
boteco, que seja) pode ser tão ingênuo.


Antes da declaração conjunta com os EUA,
integrantes do governo já haviam feito vários
ataques à China, o que levou representantes
do nosso agronegócio a pedirem uma mudança
de postura, dado o receio de eventual
retaliação por parte das autoridades chinesas
(uma civilização de 6 mil anos).


As rodadas de acordos para interromper a
disputa comercial entre China e EUA --
incluíam cotas das vendas de soja americana
para os chineses. Ou seja, o agronegócio
brasileiro pode sair perdendo, no curto prazo,
caso a disputa comercial cesse. Para o
governo americano, que está comprando mais
do que vendendo à China, será uma mão na
roda expulsar o Brasil nas exportações de soja,
algodão e milho para ela. Quanto à China, em
princípio, tanto faz. Vale o ditado: O amigo do
meu inimigo é meu inimigo, também. Se eles
brigam, para mim, só interessa qualidade e
preço.


Para Castro, o Brasil deve se aproximar dos
americanos, mas sem alianças formais. "Os
americanos são práticos e preservam seus
interesses diretos. Para eles, é "amigos,
amigos; negócios à parte", disse ele.


Como é inteligente nosso capitão. Devia ser
candidato a bobo da corte. É presidente de um
país que detêm 3,8% apenas do comércio
internacional global. Contudo, é uma potência


agropecuária (cacau, café, milho, algodão, soja
e proteínas animais -- tem mais boi do que
gente). Mas se alia, justamente, com o nosso
maior competidor.

Saudade danada do Delfim Netto, do Médici,
de Juscelino! Ora, justamente o setor mais
produtivo do nosso país, o agronegócio, a
agroindústria, é que pode sofrer com as vazias
e vaidosas palavras do poderoso Trump e do
"intrometido a poderoso" presidente do Brasil.

Enquanto isso, o ministro da Economia, Paulo
Guedes, na reforma tributária divulgada na
terça-feira, aumenta a taxação para bancos e o
setor de serviços achatando ainda mais a
classe média. No projeto enviado ao
Congresso, setor de serviços pagaria 12% na
tal contribuição sobre bens e serviços e o
financeiro, 5,8%. Precisa explicar? Guedes é
banqueiro.

Para a nossa sorte, já que a esquerda é uma
nulidade, o Centrão não aceita a proposta do
ministro. Aliás, se não fosse termos Maia e
Alcolumbre na Câmara dos Deputados e no
Senado, estaríamos num mato sem cachorro,
como diz o vulgo.

Assuntos e Palavras-Chave: Cenário Político-
Econômico - Colunistas, Banco Central - Perfil
1 - Paulo Guedes
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