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O Estado de S. Paulo/Nacional - Política
domingo, 2 de agosto de 2020
Cenário Político-Econômico - Colunistas
execução do que deve ser a sua tarefa superior
- fazer justiça. Num país classicamente
desgraçado pela corrupção sem limite e pela
impunidade quase absoluta dos ladrões, a
operação colocou na cadeia 300 dos mais
perigosos, bilionários e influentes corruptos que
já atuaram entre o Oiapoque e o Chuí ao longo
da história nacional. Fez os criminosos
devolverem bilhões ao erário. Liquidou uma
praga que se imaginava invencível - as
empreiteiras de obras públicas, que desde
então pararam de governar o Brasil. (Querem
voltar, é claro; mas aí já são outros
quinhentos.) Levou para a prisão um ex-
presidente da República, tido como ho- mem
mais poderoso e intocável do País. Pois é: o
PGR acha que tudo isso está errado.
Aras acusa os procuradores do seu próprio MP
das piores coisas insinua, inclusive, chantagem
e extorsão -, mas não foi capaz de apontar,
objetivamente e com o apoio de fatos, um único
delito cometido por eles. Fica escandalizado
por haver na Lava Jato informações sobre "38
mil" pessoas, que "ninguém sabe como foram
colhidas". E daí? Com a quantidade de ladrão
que há neste país, poderiam ser 380 mil. E, se
não sabe, deveria saber; problema dele. É um
despropósito. Os atos do MP e os do juiz
Sérgio Moro - que, como magistrado, vale uns
150 Aras - estiveram o tempo todo sujeitos ao
exame dos tribunais superiores. E, se houve
erros, por que diabo a Corregedoria do próprio
MP jamais foi atrás deles?
O problema não é o que a Lava Jato fez. É o
que o PGR está fazendo.
O problema não é o que a Lava Jato fez. É o
que o procurador-geral está fazendo
Assuntos e Palavras-Chave: Cenário Político-
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