Clipping Banco Central (2020-08-02)

(Antfer) #1

Banco Central do Brasil


O Estado de S. Paulo/Nacional - Política
domingo, 2 de agosto de 2020
Banco Central - Perfil 2 - TCU

VERA MAGALHÃES Uma moda que


passou


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''Fim 'do' Lava Jato! Fim 'do Lava Jato!". Com
uma pandemia que já matou mais de 95 mil
brasileiros ainda no auge, empregos minguando
e economia à deriva, foi esse o coro com que
Jair Bolsonaro, eleito, entre outros fatores, de
carona no lavajatismo, foi recebido no interior do
Piauí, escoltado justamente por um réu na Lava
Jato, o senador e presidente do PP, Ciro
Nogueira.

A nova onda de críticas, reações e ofensivas
contra a mais notória força tarefa de combate à
corrupção já montada no Brasil une o
presidente, o presidente do Supremo Tribunal

Federal, José Antonio Dias Toffoli, e o
procurador-geral da República, Augusto Aras.

Bolsonaro iniciou seu divórcio do lavajatismo
com a saída de Sérgio Moro do governo. O
deputado que nunca deu a mínima para
combater a corrupção, enfiou a família toda na
política, enriqueceu graças a ela, praticou toda
sorte de petecagem miúda e já esteve em todos
os partidos fisiológicos do abecedário, de
repente virou o "capitão" que ia banir os
malfeitores. Um enredo pobre e falso como uma
nota de R$ 200 com a estampa da ema do
Alvorada, mas muita gente embarcou na
fantasia.

Com Moro fora do barco, o lavajatismo virou
criptonita capaz de enfraquecer o "Mito" e criar
um adversário poderoso. De quebra, a saída de
Moro coincidiu com a chegada dos novos
amigos de infância do Capitão, aquelas figuras
mais carimbadas do antes demonizado Centrão,
o seguro anti-impeachment tão sonhado. Réus,
condenados, ex-presos, cabe todo mundo no
barco.

O coro que recepcionou Bolsonaro não tinha
nada de espontâneo. Para ajudar o governo,
réus como Nogueira deixam claro que
aguardam um acor- dão "com o Supremo, com
tudo" para que as ações que lá tramitam
dormitem, se possível para sempre.
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