Clipping Banco Central (2020-08-02)

(Antfer) #1

Banco Central do Brasil


O Estado de S. Paulo/Nacional - Notas e Informações
domingo, 2 de agosto de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Juros

como a tributação do investimento produtivo, a
demora na recuperação de certos créditos e as
diferenças de cri- térios nas 27 unidades da
Federação. É preciso dar mais atenção, nos
debates sobre a reforma tributária, às questões
qualitativas. É preocupante a insistência do
ministro da Economia, Paulo Guedes, em criar
um tributo semelhante à extinta Contribuição
Provisória sobre Movimentação Financeira
(CPMF).


Esse tributo é uma aberração. Pode ser fácil de
cobrar, mas é regressivo, porque afeta mais
duramente os pobres, e é desastrosamente
cumulativo. Além de incidir sobre si mesmo,
incide também sobre os demais tributos, ao se
aplicar sobre a mera transferência de recursos.
Não se trata, de fato, de um imposto sobre
transações financeiras, como se diz, de forma
equivocada, mas de uma cobrança sobre
movimentações de dinheiro. A referência à
qualidade dos tributos, no relatório da CNI,
lembra imediatamente o risco de ver
implantada, de novo, essa distorção.


Também merece atenção especial, nesse
estudo sobre competitividade, a parte relativa
ao custo da mão de obra. Para bem avaliar
esse custo é preciso considerar a
produtividade, como lembram os autores do
relatório. O fraco desempenho do Brasil em
relação a esse item é atribuível, segundo o
estudo, à baixa eficiência do trabalho. Na
Austrália, o país com melhor pontuação nesse
quesito, cada trabalhador produziu US$
109.645 em 2018, mais que o triplo do valor
produzido pelo brasileiro (US$ 33.147). Abaixo


do Brasil, nessa classificação, só ficou a índia,
em 18.0 lugar, com produção média de US$
21.882 por trabalhador.

Há uma conexão óbvia entre a produtividade e
o sistema educacional. Em qualidade da
educação o Brasil fica em 13.0 lugar entre 15
países selecionados. Esse item é baseado em
notas do Pisa, o programa internacional de
testes sobre linguagem, matemática e ciências.
O atual governo nada fez na educação, além
de criar encrencas e atacar uma esquerdização
imaginária. Quanto ao custo da mão de obra, o
ministro da Economia tem-se concentrado no
combate aos direitos trabalhistas e em
promessas de cortar encargos da folha.
Alguém estará preocupado, nesse governo,
com a tal competitividade?

Produtividade do trabalho e qualidade do
imposto são itens fora da pauta oficial

Assuntos e Palavras-Chave: Banco Central -
Perfil 1 - Juros, Cenário Político-Econômico -
Colunistas, Banco Central - Perfil 1 - Paulo
Guedes
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