Banco Central do Brasil
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domingo, 2 de agosto de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Davos
LOURIVAL SANTANNA A corrida pela
vacina
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''É um momento Sputnik."
O sentimento de Kirill Dmitriev, dirigente do
fundo soberano que financia o desenvolvimento
da vacina russa, sintetiza o que está em jogo. O
lançamento do primeiro satélite, em 1957,
colocou a então União Soviética à frente dos
EUA na corrida espacial. Só 12 anos depois os
americanos ganhariam a supremacia, com o
pouso da Apollo 11 na Lua.
A vacina do Instituto Gamaleya de Pesquisa em
Epidemiologia e Microbiologia de Moscou pode
ser aprovada no dia 10, ou até antes, afirmou
Dmitriev à CNN. A fase 2 deve terminar só
amanhã.
Na fase 1, a vacina é aplicada em dezenas de
pessoas saudáveis para verificar se causa
efeitos colaterais e testar diferentes doses. Na
fase 2, centenas de pessoas saudáveis de
várias idades são testadas, e as pertencentes
aos grupos de risco. Na 3, milhares de pessoas,
numa amostra da população em geral, sendo
que um grupo recebe placebo. Cada fase
costumava levar no mínimo seis meses.
O plano dos russos é concluir a fase 3 em uma
semana ou menos. Existem hoje 26 vacinas em
fase clínica (testes com humanos) e 139 em
pré-clínica. Muitos desses programas têm
seguido um ritmo muito mais acelerado do que
no passado, realizando por exemplo as fases 1
e 2 ou 2 e 3 simultaneamente.
A pesquisa russa anda depressa porque partiu
de outras vacinas já produzidas pelo instituto,
contra ebola e Mers (coronavírus do Oriente
Médio, surgido em 2012). Isso acontece
também em outros programas, como o do
laboratório americano Moderna, que partiu de
uma pesquisa anterior sobre a Mers, e já está
na fase 3. A pesquisa do Gamaleya não foi
publicada, e os detalhes são escassos.