Banco Central do Brasil
Folha de S. Paulo/Nacional - Mercado
domingo, 2 de agosto de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Paulo Guedes
apresentou à Folha nova versão em estudo,
com desconto parcial de tributos para todas as
faixas salariais.
O texto ainda não foi apresentado ao
Congresso.
A senadora Simone Tebet (MDB-MS), que
preside a CCJ (Comissão de Constituição e
Justiça) do Senado, afirma que o governo
entrou atrasado e de maneira equivocada na
discussão da reforma.
Para ela, o ministro não está preocupado com
o destino do dinheiro arrecadado com novo
tributo, mas sim com sua criação.
"Ele não quer carimbar a destinação dessa
nova fonte, quer a nova fonte para cobrir
qualquer nova despesa", disse. "Ele não
mostra que reforma é essa na parte do governo
federal. Quando o governo não coloca apropria
digital, perde na narrativa. Não adianta a
reforma estar apenas na cabeça do ministro
Paulo Guedes."
Líder do Cidadania na Câmara, o deputado
Arnaldo Jardim (SP) se soma às críticas. Para
ele, é difícil o governo conseguir incluir a
recriação do tributo em alguma negociação
com o Legislativo.
"Não vamos aprovar a CPMF. Há um consenso
de que esse é um péssimo imposto. É só tuna
vantagem arrendatória e que não tem
inteligência tributária", afirmou.
"Não precisa criar nenhuma nova CPMF para
compensar a desoneração da folha sobre
salários."
Outros congressistas também manifestam
descontentamento com a abordagem do
governo.
"Querer trocar a CPMF pela desoneração da
folha que já existia é uma piada. E querer
trocar por ampliação da isenção de Imposto de
Renda é outra piada, porque está trocando
tributo sobre a renda por tributo sobre a renda",
disse o deputado Marcelo Ramos (PL-AM).
Nos bastidores, deputados dizem que o
governo incumbiu líderes do chamado centrão -
grupo composto por partidos como PP, PL e
outras siglas - de testar a aceitação do
Congresso à nova CPMF.
Líder do PP na Câmara e líder informal do
governo na Casa, o deputado Arthur Lira (AL),