Clipping Banco Central (2020-08-02)

(Antfer) #1

Banco Central do Brasil


Folha de S. Paulo/Nacional - Poder
domingo, 2 de agosto de 2020
Cenário Político-Econômico - Colunistas

em qualquer das suas formas.


O título explicita, portanto, o propósito da ação
e do dossiê contra os defensores do regime
democrático em vigor, como são, no caso e por
definição, os antifas e os policiais antifascismo.
Logo, trata-se de uma ação, sob ordens do
próprio ministro da Justiça, mais do que
inconstitucional, contra a Constituição em seu
teor e vigência.


A Constituição não admite ações ou pregação
contra o regime nela formulado. Tem a
sabedoria da prevenção. Porque o início contra
servidores e alguns professores, se não recebe
a reação proporcional e legal, será, logo,
estendido a outras linhagens da cidadania. Se
ainda não foi.


E os que têm o potencial e a obrigação de
reagir, até como defesa de si mesmos, trataram
o revelado avanço neofascista como mais um
fato cotidiano. Sim, os de sempre, jornais e TV,
juristas, advogados, professores, intelectuais,
artistas.políticos democratas - os visados.


O confronto entre os dallagnois de Curitiba e o
procurador-geral Augusto Aras teve a
preferência, brigas têm mais sensação.
Acusada de caixa de segredos, a Lava Jato
rebateu c oma afirmação de que os seus
arquivos "são ava liados por diversos entes,
incluindo toda a sociedade" Se isso não fosse


mentira, não haveria o choque público por
recusa do compartilhamento de dados
pretendido pela Procuradoria-Geral.

Os dallagnois explicaram ainda as 38 mil
pessoas e empresas constantes no seu
arquivo, motivo de suspeitas de Aras. São
menções em relatórios do Coaf órgão de
alegado controle da Receita Federai,
mandados à Lava Jato para verificar suspeitas
de lavagem de dinheiro.

Mas a Lava Jato não tem poderes para se
meter em buscas a granel das vidas financeiras
de pessoas e empresas. Fazê-lo é mais um
dos seus habituais abusos de poder.

Executor dos objetivos da Lava Jato, Sérgio
Moro defende-o: "A operação sempre foi
transparente e teve suas decisões confirmadas
pelos tribunais de segunda instância e também
pelas cortes superiores". Mentira também. Até
a segunda instância no Tribunal Regional em
Porto Alegre, ainda que a contragosto,
derrubou decisões da parceria Moro/Dallagnol.

Nas cortes superiores, Moro recorreu até a
pedido de desculpa, para evitar vexame maior.

Mas não faltará um registro simpático: os
generais do bolsonarismo são pais dedicados.
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