Banco Central do Brasil
Folha de S. Paulo/Nacional - Mercado
domingo, 2 de agosto de 2020
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Dólar ; domésticas e os juros do BC
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Autor: Vinícius Torres Freire
Moeda e taxas de juros dos EUA estão em
baixa, o que favorece corte da Selic
Dólar a R$ 5 já foi motivo de meme. Agora, além
do Banco Central e dos povos dos mercados,
pouca gente fala no assunto, talvez porque
faltem reais até para os remediados, porque os
importados sumiram dos supermercados de
bairro rico, dada a carestia, e porque não se
pode viajar para fora.
De março a junho, a despesa dos brasileiros
com viagens internacionais foi de US$ 1,25
bilhão. No mesmo período do ano passado, de
US$ 5,8 bilhões. No tempo em que "empregada
doméstica ia para Disneyiândia, uma festa
danada", segundo Paulo Guedes, o gasto era
de US$ 8 bilhões (em 2013 62014).
Mas o assunto aqui não é a mentalidade
doméstica do ministro da Economia e sim o
dólar, que cai pelas tabelas.
Depois do pico do pânico financeiro de março, a
moeda americana perdeu valor, baixando ao
menor nível desde 2018 em relação ao dinheiro
de seus parceiros comerciais. Está longe ainda,
uns 20%, do fundo do poço de 2011-12, mas se
tornou assunto da finança, até porque as taxas
de juros americanas de prazo mais longo
também foram ao chão.
Seria um indício ou expectativa de que a
recuperação da economia dos Estados Unidos
pode ir para o vinagre. A epidemia está
descontrolada também por lá e talvez não sejam
renovados pacotes de socorro, em particular
para os desempregados, o que se tornou um
problema por causa dos senadores do Partido
Republicano de Donald Trump.