Banco Central do Brasil
Folha de S. Paulo/Nacional - Mercado
domingo, 2 de agosto de 2020
Banco Central - Perfil 1 - FMI
Kátia Abreu Bolsonaro não precisa ter
medo da reforma administrativa
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Autor: Thais Carrança
ENTREVISTA
A reforma administrativa foi esfriada pelo
governo mesmo antes da pandemia, avalia a
senadora Kátia Abreu (PP-TO).
"Acho que foi muito mais uma questão do
próprio[presidente Jair] Bolsonaro, porque todo
o governo tem vontade e torce pela reforma",
diz ela, que é vice-presidente da Frente
Parlamentar Mista da Reforma Administrativa.
Segundo a parlamentar, diferentemente da
reforma tributária, a mudança de regras para o
funcionalismo público terá necessariamente que
ser capitaneada pelo governo, sob o risco de ser
questionada pelo Supremo Tribunal Federal por
vício de iniciativa, devido à ingerência de um
Poder sobre os outros.
Assim, a estratégia da frente é incitar o governo
a enviar o quanto antes seu projeto ao
Congresso, mesmo que numa versão diminuída,
como aconteceu com a tributária. "O Congresso
precisa dar uma força no Bolsonaro -uma força
republicana- demonstrando a ele que estamos
prontos para fazer as duas reformas. Que ele
não precisa ficar com medo."
Assessorada na frente parlamentar por um time
formado pelos economistas Arminio Fraga e
Ana Carla Abrão e pelo especialista em direito
público Carlos Ari Sundfeld, a senadora defende
que a estabilidade do setor público "não é um
manto que não possa ser tocado" e que a
desigualdade dentro do funcionalismo deve ser
um dos pontos-chave da reforma. Entre as
propostas dos parlamentares, está a criação de
uma agência para regular o RH público.