Clipping Banco Central (2020-08-03)

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Banco Central do Brasil


O Estado de S. Paulo/Nacional - Notas e Informações
segunda-feira, 3 de agosto de 2020
Cenário Político-Econômico - Colunistas

O custo da gestão tributária


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A equipe econômica do governo do presidente
Jair Bolsonaro insiste na criação de impostos de
duvidosa eficácia para o funcionamento da
economia, sob o pretexto de desonerar a folha
de pagamento das empresas, mas pouco tem
feito para modernizar o sistema de recolhimento
de tributos, para torná-lo menos burocratizado e
mais simples. Por isso, as empresas acabam
sendo obrigadas a desviar para atividades-meio
recursos que poderiam ser aplicados em suas
atividades-fim, aumentando sua produtividade.
Em média, elas gastam até 34 mil horas por ano
só para calcular e pagar impostos e taxas,
preencher as chamadas obrigações acessórias
e acompanhar a fiscalização.

O levantamento foi feito pela Deloitte, uma
empresa de auditoria, com base em
informações enviadas por 159 companhias de
todas as regiões do País e de diversos setores,
como agronegócio, alimentos, bebidas,
comércio, infraestrutura, manufatura, veículos,
peças e equipamentos. O estudo ouviu diversos
profissionais que atuam na área contábil e fiscal
dessas empresas. Os cálculos variam conforme
a área de atuação de cada empresa e o número
de unidades da Federação em que atua. Quanto
mais está submetida a um setor muito regulado
e quanto mais abrangente é seu campo de
atuação no País, mais complexos são os
procedimentos tributários - e, por consequência,
mais funcionários a empresa necessita e mais
horas de trabalho ela consome. "Uma mesma
informação tem de ser reportada em obrigações
acessórias diferentes. Isso faz parte da
estratégia do Fisco para garantir consistência
em alguns casos e facilitar a fiscalização. Mas
esse excesso gera alto custo para o
contribuinte, pois precisa fazer a mesma coisa
várias vezes e tem mais chances de errar",
afirma Gustavo Rotta, da área de tecnologia
tributária da Deloitte.

Ao mesmo tempo que a Deloitte divulgava esse
estudo, a Confederação Nacional da In- dústria
(CNI) lançava pesquisa feita com 75
multinacionais que atuam no País e faturam
entre R$ 200 milhões e R$ 10 bilhões ao ano.
Além de criticar o alto custo dos procedimentos
tributários, essas companhias reivindicam a
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