Clipping Banco Central (2020-08-03)

(Antfer) #1

Banco Central do Brasil


O Estado de S. Paulo/Nacional - Economia & Negócios
segunda-feira, 3 de agosto de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Selic

carregar posições em um tema estratégico que
queria perseguir por 12 ou 18 meses, você
carrega por menos tempo. Isso é conjuntural,
funciona até para quem tem horizontes mais
curtos.



  • Fundos de investimento são apenas para
    investidores de longo prazo?


A partir do momento em que o investidor
decide aumentar a participação de ativos com
maior volatilidade em seu portfólio, ele precisa
alongar o prazo de avaliação para ver se
aquele investimento fez ou não sentido para
ele. Imagine que ele nunca investiu em Bolsa e,
de repente, resolve alocar 5% ou 10% do
patrimônio. Ele não pode querer olhar o
resultado diariamente, porque aí estará
fazendo especulação. Quanto maior é a
volatilidade do produto em que ele investe,
mais ampliado deve ser o horizonte desse
investimento, para que ele possa perceber o
benefício de ter corrido mais risco para ter mais
rentabilidade.



  • Mas como lidar com aquele investidor mais
    conservador, que veio do conforto da renda
    fixa, e de repente está sendo forçado a
    diversificar?


A primeira coisa é ter um pouco de paciência.
Antes de sair comprando um monte de fundo
imobiliário, um monte de fundo de ações, é


preciso entender qual é o apetite de ris- co. E
essa é uma conversa complexa. Todo mundo
acha que tem apetite, até sofrer a primeira
perda. Essa é uma avaliação muito individual.
Mas em um ambiente de taxas de juros mais
baixas, todo investidor, do mais conservador ao
mais agressivo, vai ter de fazer mudanças em
seu portfólio, incorporar outras classes de
ativos. Mesmo aquele cliente super
conservador, que sempre teve todo o capital na
renda fixa que seguia a Selic, também vai ter
de buscar diversificação.


  • Os cortes na Selic foram desafiadores
    também para os gestores dos fundos. O
    modelo clássico de cobrança de 2% de taxa de
    administração e 20% de performance, o
    tradicional 2 com 20, não ficou pesado?


Vou ser bem direto: nós nos acostumamos a
ter taxas de juros elevadas, mas no resto do
mundo elas já são baixas há muito tempo. Esse
modelo 2 com 20 é padrão, mesmo onde as
taxas de juros são baixas. Então, não acho que
os juros baixos facilitem ou dificultem esse lado
das taxas cobradas pelos fundos. A questão é
que a indústria de fundos multimercado no
Brasil foi, por muito tempo, de baixa
volatilidade, se comparada com produtos
similares em outros países. E aí eu concordo:
um produto de baixa volatilidade que cobra 2
com 20 terá mais dificuldade. Agora, a
volatilidade média da indústria de fundos
multimercado tende a crescer. Sem isso, ficará
difícil entregar um retorno atrativo para o
investidor.
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