Banco Central do Brasil
Folha de S. Paulo/Nacional - Mercado
segunda-feira, 3 de agosto de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Paulo Guedes
Governo avalia manter regime
especial após reforma
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Autor: Fábio Pupo e Bernardo Caram
O governo vem recebendo pressões da
iniciativa privada para manter regime s especiais
de impostos, o que desafia a proposta do
Executivo de eliminar exceções no sistema
tributário. O Ministério da Economia é contrário
aos penduricalhos na lei, mas estuda
alternativas para manter benefícios, como no
setor de óleo e gás.
O projeto de lei enviado ao Congresso neste
mês une PIS e Cofins na nova CBS
(Contribuição sobre Bens e Serviços, com
alíquota de 12%) e elimina vários regimes
especiais. Entre eles, o Reporto (que corta
impostos para a importação de equipamentos
logísticos, embarcações e outros bens).
Lideradas pela Fiesp (Federação das Indústrias
do Estado de São Paulo), 15 entidades, como
associações de concessionárias de ferrovias e
terminais por portuários, pediram nas últimas
semanas ao governo a manutenção do
programa por mais cinco anos. A justificativa é
favorecer investimentos e melhorar a eficiência
logística do país.
Dar aval à continuidade do Reporto custaria R$
258 milhões ao ano e poderia incentivar outras
exceções. Ao todo, os diversos benefícios e
isenções no sistema tributário demandam mais
de R$ 330 bilhões anualmente (em programas
voltados a diferentes áreas, como saúde,
habitação, trabalho, serviços e assistência
social).
O Ministério da Economia é contrário a abrir
exceções na reforma, pois entende que a
eliminação de brechas cria um sistema mais
neutro e justo. Uma das maiores críticas ao
modelo atual é justamente a quantidade de
regras diferentes, o que aumenta a
complexidade legal.