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Folha de S. Paulo/Nacional - Opinião
segunda-feira, 3 de agosto de 2020
Cenário Político-Econômico - Colunistas
O jogo seletivo de Aras
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Autor: Leandro Colon
brasília A reunião do Conselho Superior do
Ministério Público Federal na sexta-feira (31) é o
símbolo deprimente da crise entre o chefe da
PGR, Augusto Aras, e um grupo de
procuradores que lhe faz oposição.
Temos visto rotineiramente ataques mútuos,
egos inflados e desvios da liturgia exigida para a
função de procurador-geral da República.
Anti-lavajatistas, dentro e fora do Ministério
Público, celebram a disposição de Aras em
enfrentar a força-tarefa de Curitiba, liderada há
alguns anos por Deltan Dallagnol.
Nos bastidores, cresce a certeza de que Aras
deve desmantelar ou ao menos fatiar as
atribuições do grupo que comanda a Lava Jato.
Seria demonstração de força do chefe da PGR
que pode enfraquecer Deltan e a equipe que
conduziram as investigações da maior operação
anti-corrupção que o país já via Decerto que
razões existem (e sobram) para contestar,
apurar e repudiar os atropelos legais e o método
policialesco que a Lava Jato adotou em muitos
casos até aqui.
Assim como é inegável o serviço prestado por
ela ao desmantelar um esquema de corrupção
nefasto na Petrobras, colocando na cadeia
políticos e figurões empresários que assaltaram
os cofres públicos.
A questão aí é qual o jogo real de Aras, devoto
da cartilha do presidente da República que o
escolheu fora da tradicional lista tríplice da
classe.