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O Globo/Nacional - Opinião
segunda-feira, 3 de agosto de 2020
Cenário Político-Econômico - Colunistas

Hospitais de campanha poderiam ser


usados no controle da Covid-19


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No Rio, estruturas começam a ser desativadas,
algumas antes mesmo de terem sido abertas

O governo fluminense conseguiu a proeza de
começar a desativar seus hospitais de
campanha antes que a maior parte deles fosse
ativada. No início da pandemia, o estado
contratou, sem licitação, o Instituto de Atenção
Básica e Avançada à Saúde (labas), por cerca
de R$ 800 milhões, para montar e gerir sete
hospitais de campanha, com um total de 1.400
leitos. A empreitada revelou-se um fiasco.

Dos sete, apenas dois foram instalados, no
Maracanã e em São Gonçalo, ambos após o
prazo previsto inicialmente, 30 de abril. Mesmo
esses dois nunca funcionaram adequadamente.
Faltavam profissionais e insumos. Funcionários
chegaram a acusar a organização social (OS)
de retirar respiradores do hospital do Maracanã
e levá-los para o de São Gonçalo, para permitir
a inauguração da unidade. Apesar dos atrasos,
que evidenciavam a incapacidade da OS para
cumprir o contrato, o vínculo com o labas só foi
rompido em 2 de junho, quando a Fundação
Estadual de Saúde assumiu os hospitais. A
situação pouco mudou. Em meados de julho, o
labas começou a demitir os funcionários, e em
17 de julho o estado acabou transferindo os
pacientes para a rede pública.

O fracasso dos hospitais de campanha do Rio,
história que mescla incompetência e denúncias
de corrupção - o contrato com o labas, feito na
gestão do ex-secretário Edmar Santos, está sob
investigação devido a suspeitas de fraude - , é
apenas um exemplo do que ocorre no país. Em
muitos estados e cidades, eles foram
implementados no momento errado, após o pico
da epidemia. O Rio chegou a ter mais de mil
pessoas na fila à espera de um leito hospitalar.
Muitas morreram sem atendimento.

Com a desaceleração da doença em alguns
estados, capitais como São Paulo, Rio, Manaus,
João Pessoa e Recife começaram a desativá-
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