Clipping Banco Central (2020-08-03)

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Banco Central do Brasil


O Globo/Nacional - Sociedade
segunda-feira, 3 de agosto de 2020
Cenário Político-Econômico - Colunistas

ANTÃ"NIO GOIS O dilema da


reabertura


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É hora de reabrir as escolas. Há estudos
mostrando que a taxa de transmissão da Covid-
19 por crianças é muito mais baixa do que entre
adultos. Quanto mais tempo elas ficarem
distantes do convívio entre pares e com seus
professores, mais prejudicadas serão.
Principalmente as mais vulneráveis, tanto pelas
perdas de aprendizagem, quanto, em alguns
casos, por estarem mais expostas à violência
doméstica. É preciso também considerar que
muitas famílias de baixa renda precisam deixar
os filhos na escola para que possam trabalhar.
Com todos os cuidados, e seguindo as
recomendações da Saúde, já podemos iniciar
um processo gradual de retomo às aulas
presenciais.

Não é hora de reabrir as escolas. Há estudos
mostrando que crianças podem transmitir tanto
quanto adultos a Covid-19. Perdas de
aprendizagem podem ser enfrentadas com
estratégias adequadas neste e nos próximos
anos letivos. Nada justifica colocar a vida de
familiares e profissionais de ensino em risco no
momento em que o país ainda registra milhares
de mortes a cada semana. Não há por que
precipitar a volta.

Os dois parágrafos acima são obviamente
contraditórios, mas não há nenhuma informação
errada neles, o que demonstra o quão complexa
é a decisão que os sistemas de ensino
precisarão tomar. O pior que pode acontecer no
momento com esse debate é torná-lo de novo
um Fia x Flu ideológico.

Há, de fato, estudos publicados em revistas
científicas que indicam que o fechamento das
escolas não tem impactos significativos na
transmissão do vírus, especialmente pelo fato
de crianças, aparentemente, terem menor taxa
de contágio. Ainda que esta pareça ser a
tendência majoritária dos estudos mais
recentes, também há pesquisas científicas,
igualmente sérias e publicadas em revistas
especializadas, que realçam o fato de crianças
(especialmente as com mais de 10 anos de
idade) e jovens terem taxas de transmissão
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