Clipping Banco Central (2020-08-03)

(Antfer) #1

Banco Central do Brasil


Correio Braziliense/Nacional - Economia
segunda-feira, 3 de agosto de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Paulo Guedes

Correios na pandemia foi lamentável. O prazo
de entrega aumentou, em alguns casos para
até quatro semanas. E, durante a pandemia, as
pessoas não podiam esperar tanto para
receber suas compras", reclama o presidente
da Abcomm, Maurício Salvador.


As queixas aumentaram também nos Procons.
Em São Paulo, por exemplo, reclamações
cresceram 400%, passando da marca dos 1,5
mil. No Rio de Janeiro, foram quase 800
reclamações sobre produtos não entregues,
extraviados ou avariados e também sobre
cobranças indevidas. O Procon-RJ instaurou
um ato de investigação preliminar para apurar o
número de reclamações. Titular da Secretaria
Nacional do Consumidor (Senacon), Luciano
Timm reconhece que "houve um volume
importante de reclamações" e que, por isso, "os
Correios estão entre as empresas mais
demandadas do país nos Procons". Mas diz
que a Senacon ainda não decidiu se vai abrir
um procedimento em relação à atuação da
estatal na pandemia. "Pelo número de
reclamações, até poderia abrir um processo
administrativo sancionador por violação das
regras do Código de Defesa do Consumidor
que se aplicam aos Correios. Não está excluída
essa possibilidade. Mas precisamos ser justos.
O comércio quase todo migrou para o on-line,
elevando o número de entregas. Então, ainda
não dá para dizer se o serviço piorou, porque
sempre houve reclamações. E esta é uma
empresa pública. Se houver um processo,
quem vai pagar a conta é o consumidor", alega
o secretário.


Os Correios também fazem ponderações. "O
aumento verificado no segmento de
encomendas durante a pandemia provocou
uma sobrecarga nas operações, pois a
empresa, em razão das medidas de segurança


e saúde adotadas contra a covid-19, tem
operado com efetivo reduzido", explica a
empresa, que liberou os funcionários que são
ou moram com pessoas do grupo de risco ao
coronavírus para o trabalho remoto.

A estatal também fechou 174 dos seus centros
operacionais em algum momento da pandemia
devido às medidas de isolamento social. A
empresa contratou quase dois mil empregados
terceirizados e liberou a realização de mais de
sete mil horas extras pelos concursados, além
de mutirões nos fins de semana.

Greve de carteiros
Apesar do aumento de 25% das encomendas,
os Correios calculam queda de receita de R$
820 milhões no primeiro semestre deste ano. A
empresa explica que registrou diminuição na
postagem de cartas e malotes; perdeu receita
com o fechamento de agências; e ampliou os
gastos com a contratação de terceirizados e a
compra de equipamentos de proteção
individual. Por isso, deu início a uma
negociação salarial em meio à pandemia do
novo coronavírus. E propôs o fim ou a redução
de uma série de benefícios, o que incomodou
os funcionários da estatal, que agora ameaçam
entrar em greve.

Secretário-geral da Federação Nacional dos
Trabalhadores em Empresas de Correios e
Telégrafos (Fentect), José Rivaldo da Silva
conta que os carteiros foram surpreendidos
com a convocação desse Acordo Coletivo de
Trabalho (ACT). "Não era para ter negociação
salarial neste ano, porque, no ano passado,
fizemos um dissídio que valeria por dois anos
e, portanto, só venceria em 2021", detalha.
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