Clipping Banco Central (2020-08-03)

(Antfer) #1

Banco Central do Brasil


Correio Braziliense/Nacional - Economia
segunda-feira, 3 de agosto de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Paulo Guedes

Os Correios, contudo, não flexibilizaram a
proposta e disseram aos funcionários que vão
aplicá-la já a partir desta semana. "O que está
em jogo são os empregos dos quase 100 mil
funcionários dos Correios, que dependem do
bom funcionamento da empresa para garantir o
seu sustento futuro. Em um contexto de crise
como o que atravessamos, é preciso haver
concessões de ambas partes: é preferível
deixar de contar com alguns benefícios hoje em
prol da sustentabilidade da empresa a longo
prazo do que insistir em mantê-los, a despeito
das graves consequências", afirma a ECT, em
informe enviado aos funcionários.


Os ecetistas, contudo, não aceitaram os
argumentos e prometem entrar em greve a
partir de quarta-feira. "Vamos fazer uma
assembleia no dia 4 e, a partir do dia 5, não
tem mais entrega de encomendas", avisa o
presidente da Fentect. Ele compreende que a
paralisação vai agravar o problema das
entregas, mas pede compreensão da
população. "Não estamos pedindo aumento. Só
queremos manter o que recebemos hoje",
reclama.


Privatização
Enquanto tenta sanar essa crise, o governo de
Jair Bolsonaro avança com o plano de
privatização dos Correios. O entendimento é de
que a pandemia deixou claras as dificuldades
financeiras e operacionais da empresa e, por
isso, pode criar o ambiente adequado para
esse debate. Afinal, a desestatização dos
Correios está no plano do governo há tempos.


A secretária especial do Programa de Parcerias
de Investimentos (PPI) do Ministério da
Economia, Martha Seillier, também acredita


que a pandemia evidenciou "a importância do
setor postal, abrindo uma janela de
conscientização que será essencial quando do
debate no Congresso Nacional sobre a
importância de se intensificar os investimentos
no setor".

Privatizar os Correios não é uma missão fácil.
Além de superar a resistência, o governo
precisa tratar de questões constitucionais e
financeiras para isso. Hoje, os Correios têm o
monopólio do setor postal. Por isso, será
preciso mudar a Constituição para permitir a
entrada da iniciativa privada nesse mercado.
Além disso, é preciso encontrar uma forma de
tornar a empresa atrativa, mesmo com seu
deficit de R$ 2,4 bilhões e os seus quase 100
mil funcionários.

Martha Seillier reconhece que "a
desestatização dos Correios tem um nível alto
de complexidade em razão da dimensão,
quantidade de empregados e o papel da
política pública prestada". Mas adianta ao
Correio que algumas empresas privadas, de
logística, e-commerce e transporte se
mostraram interessadas no negócio. Por isso,
contou que o governo está trabalhando para
concluir ainda neste ano "os estudos de
alternativas para a companhia e a tramitação
do projeto de marco regulatório ao Congresso
Nacional". Paralelamente, o governo está
elaborando uma proposta de marco legal para
o setor postal, que acabe com o monopólio dos
Correios e permita a entrada da iniciativa
privada nesse mercado.

A Fentect e a Frente Parlamentar Mista em
Defesa dos Correios já avisaram que vão se
posicionar contra a proposta. "Esta é a única
empresa que chega a algumas das cidades
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