Clipping Banco Central (2020-08-03)

(Antfer) #1

Banco Central do Brasil


Correio Braziliense/Nacional - Economia
segunda-feira, 3 de agosto de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Bolsa de Valores

investia desde os 18 anos, mas era bem
conservadora, só aplicava em renda fixa",
conta. "De 2017 para cá, passei a migrar para
a renda variável. E pensei: por que não contar
para outras mulheres e incentivá-las?"


A decisão de criar o blog foi baseada, também,
na experiência profissional de Carolina. Com
formação jurídica, ela trabalhou por vários anos
no serviço público, no qual teve contato com
vítimas de violência doméstica. "A gente
percebia que muitas mulheres retornavam ao
convívio com os agressores por uma questão
financeira. Elas não cuidavam do próprio
dinheiro", diz.


Carolina Daher conta que, toda semana,
recebe feedbacks positivos de mulheres que se
sentem representadas, mas, curiosamente, a
maior parte do público é de homens. Para ela,
o aumento da participação feminina no
mercado financeiro depende não só das
mulheres, mas dos homens, também. "Meu pai,
lá atrás, me incentivou, disse para eu ir em
frente, que eu era capaz, que eu era uma
mulher que poderia escolher meu futuro",
lembra. "Mas, nos lares, o homem ainda tem
um poder de decisão muito grande."


Maria Helena Válio já atuava há 30 anos no
mercado financeiro quando decidiu fundar o
curso Women Invest. A iniciativa nasceu em
2019, de um grupo no Facebook formado por
mulheres que mostraram interesse de aprender
sobre finanças e sugeriram o nome dela para
fazer a ponte com especialistas no assunto.
"Criei o Woman Invest com duas regras
específicas: a primeira é que seria um grupo só
para mulheres; a segunda, que não poderiam
ser do mercado financeiro", explica.


Desde março do ano passado, ela promove
palestras com profissionais de corretoras e
instituições financeiras. "Todo mundo topa
falar com a gente", conta. Ela diz fazer um
papel de "tradutora", tornando acessível a
linguagem utilizada pelos convidados nas
palestras. "Quando a gente escolhe quem vai
falar com elas, tanto faz o sexo. Na nossa
plateia, sim, só tem mulher. Elas são
superdisciplinadas, levam caderno e querem,
de fato, aprender", ressalta Maria Helena.

Roberta Martini, 44, é uma das participantes do
grupo. A decoradora de eventos e empresária
diz que começou a se interessar por educação
financeira após ouvir do filho, de 13 anos, que
os investimentos da família estavam sendo
feitos de forma errada. "Procurei o grupo para
aprender a investir. Comecei a assistir a todas
as aulas, a entender, a interagir com o assunto.
A Maria Helena me ajudou a montar minha
carteira de investimentos e, de lá pra cá, eu
que faço tudo", relata.

Beatriz Dutra, 60, é administradora de imóveis
e também faz parte do grupo liderado por Maria
Helena. Seu objetivo foi conseguir
independência dos gerentes de banco, após se
ver em uma situação mais complicada.
"Acredito que gerentes fazem um bom trabalho,
mas quando você sabe, sente-se mais
confortável. Queria entender mais de
economia, de investimentos, e não ficar restrita
àquilo que me ofereciam."

Professor do Insper, Ricardo Rocha dará um
curso on-line neste mês por meio do Woman
Invest. "No Insper, tenho uma matéria sobre
mercado em que metade dos alunos é de
mulheres. Temos que quebrar essa coisa
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