Clipping Banco Central (2020-08-03)

(Antfer) #1

Banco Central do Brasil


Correio Braziliense/Nacional - Cidades
segunda-feira, 3 de agosto de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Banco Central

Crônica da Cidade


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Autor: por Mariana Niederauer
[email protected]
(cartas: SIG, Quadra 2, Lote 340 / CEP 70

O curioso caso da naja

O noticiário da cidade tem ficado monotemático
no último mês. Além das notícias sobre a covid-
19 -- cobertura difícil e necessária, que, vez em
quando, traz também informações
reconfortantes, como a da relação de afeto entre
pacientes e profissionais de saúde da edição de
domingo --, os animais ganharam as páginas do
jornal e as da internet.

As estrelas, nesse caso, não são os nativos do
Cerrado. O lobo-guará até ocupou a cena por
alguns momentos, já que vai estrelar a cédula
de R$ 200, anunciada pelo Banco Central. Mas
outros ganharam ainda mais destaque. Em uma
trama digna de folhetim, que desvelou possível
esquema internacional de tráfico de animais
exóticos -- cobras, tubarões, lagartos, aves e
outros bichos -- foram apreendidos por
diferentes autoridades policiais e ambientais.

Tudo começou com uma naja. Sim, a cobra,
nativa de regiões da África e da Ásia, morava --
e ainda mora -- no Planalto Central, onde picou
o dono, que a criava clandestinamente. Antes
que ele se recuperasse da picada, saísse do
coma e tivesse alta do hospital para prestar
esclarecimentos à polícia, no entanto, outras 16
serpentes e até tubarões foram encontrados em
diferentes endereços do Distrito Federal. Nesse
meio tempo, um amigo do jovem picado chegou
a esconder a pobre naja, para depois soltá-la
próximo a um shopping, em negociação
confusa, que fez policiais vasculharem a cidade
de um lado a outro atrás da serpente venenosa.
Encontrada, foi levada ao novo lar, o Zoológico
de Brasília, onde espera destinação final.

Dada a repercussão do caso, que ganhou
projeção nacional e mereceu divulgação até em
horário nobre na tevê, um outro jovem resolveu
entregar ao Ibama, voluntariamente, animal que
criava ilegalmente em casa. E era nada mais
nada menos que a víbora-verde-de-voguel.
Também originária da Ásia, a serpente não tem
antiofídico no Brasil. Ou seja, se um incidente
como o da picada do estudante -- agora preso
suspeito de envolvimento em esquema de
tráfico internacional -- ocorresse, provavelmente
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