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Valor Econômico/Nacional - Política
segunda-feira, 3 de agosto de 2020
Cenário Político-Econômico - Colunistas

A revolução está na esquina


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Autor: Guilherme Susteras

Baterias farão a transição para um sistema
elétrico moderno e sustentável

A trajetória decrescente dos custos das baterias
para armazenamento de energia elétrica
combinada com o valor e a estrutura das tarifas
de eletricidade no país deve tornar atrativa a
instalação desse tipo de sistema em residências
brasileiras já nos próximos três a cinco anos,
nos colocando junto aos demais países nessa
transição para um sistema elétrico mais
moderno e sustentável.

Uma vez que a viabilidade econômica seja
alcançada, o principal fator crítico para o

desenvolvimento desse mercado por aqui está
atrelado a questões regulatórias: é fundamental
que as regras protejam o novo mercado de
atitudes anticompetitivas de abuso de posição
dominante pelas distribuidoras de energia.

O armazenamento de grandes quantidades de
energia elétrica de forma economicamente
viável deve alterar de forma significativa o perfil
técnico e comercial da indústria de energia
elétrica, permitindo o funcionamento do sistema
com mais eficiência e melhor qualidade para os
consumidores. Essa tecnologia facilitará a tarefa
de manter equilibrados a geração e o consumo
de eletricidade de forma instantânea, requisito
intrínseco do setor elétrico e que gera cada vez
mais desafios operacionais e nas relações de
comercialização do insumo.

Enquanto a solução tecnológica ainda engatinha
na forma de iniciativas de pesquisa e
desenvolvimento, muitas tentativas regulatórias
têm sido testadas mundo afora para se criar um
sinal de preço de eletricidade que seja forte o
suficiente para que consumidores alterem seus
hábitos de consumo, optando por desenvolver
atividades mais intensivas em energia em
horários em que os preços sejam inferiores. No
Brasil, há dois exemplos recentes nesse
sentido, cujos efeitos deixaram a desejar: as
bandeiras tarifárias e a tarifa branca. As
bandeiras deveriam indicar aos consumidores
os meses em que a energia é mais escassa e,
portanto, nos quais o consumo deveria ser
reduzido, enquanto a tarifa branca busca alterar
a curva diária, tentando estimular os
consumidores a minimizar o gasto de energia no
horário de ponta. Não há indícios de que
tenham funcionado para os fins a que foram
criados.
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