Clipping Banco Central (2020-08-03)

(Antfer) #1

Banco Central do Brasil


Valor Econômico/Nacional - Especial
segunda-feira, 3 de agosto de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Banco Central

grande desejo dos dois lados de reacender a
guerra comercial, mas estamos nos
aproximando das eleições. Trump está numa
luta muito difícil pela reeleição e não se pode
descartar que haja novos problemas na
questão comercial. Mas esse não é o nosso
cenário-base. O nosso cenário-base é que as
questões entre EUA e China vão
provavelmente moldar os próximos anos e no
lado comercial não vão voltar onde estávamos
em meados de 2019.


O uso de máscaras e o PIB


Em relatório, Hatzius e dois economistas de
sua equipe tratam do efeito de uma
determinação nacional para o uso de máscaras
nos EUA, concluindo que pode ser um
substituto importante para quarentenas mais
amplas. “Nós concluímos que o uso de
máscaras e determinações para o uso de
máscaras são extremamente efetivos para
reduzir infecções. Houve uma grande mudança
em relação à visão da comunidade de saúde
sobre o tema no começo da crise. A nossa
análise também mostra que estatisticamente,
com base em avaliação entre as regiões dos
EUA e uma base internacional, há uma ligação
muito forte entre mudanças no uso de
máscaras e determinação para o uso de
máscaras e a disseminação do vírus”, diz ele.
Uma determinação nacional para a utilização
de máscaras reduziria a taxa de crescimento
diário de casos da doença em 1 ponto
percentual, para 0,6%, segundo o estudo. O
relatório também traduz os resultados em
termos de PIB, questionando o quanto o índice
de confinamento efetivo do Goldman Sachs
precisaria subir para baixar a taxa de infecção
na mesma magnitude que uma determinação
federal para o uso de máscaras, estimando
então o efeito sobre a economia. Segundo os
cálculos, uma ordem federal para usode
máscaras nos EUA poderia substituir


“lockdowns” mais amplos que tenderiam
subtrair perto de 5% do PIB. Para ele, essas
conclusões tendem a se aplicar também a
outros países como o Brasil.

A situação dos emergentes

“A situação do vírus na América Latina tem sido
obviamente difícil. Não é o único lugar; isso
também ocorre na Índia. Na Ásia, tirando esse
país, eles foram mais bem-sucedidos em
conter o vírus, embora haja algumas dúvidas
sobre os números. Eu diria que a América
Latina está de modo geral numa posição mais
difícil, enquanto a Ásia numa situação melhor.
Já a Europa central e a do Leste, as outras
principais regiões emergentes, estão
provavelmente em algum lugar no meio do
caminho. Isso não se refere apenas à
disseminação do vírus, mas também a outros
fatores. A China teve uma recuperação
econômica tão forte que vai ajudar as
economias emergentes menores perto do
país.”

A situação do Brasil

“O fato de a pandemia ser um problema em
toda a América Latina é uma questão. A nossa
projeção para o Brasil neste ano é de uma forte
queda do PIB, de 7,7%. Acreditamos que
haverá uma recuperação no ano que vem, mas
apenas parcial, de 4%.”

Retomada global será um “V”parcial?

“Acho que a parte inicial da recuperação em
vários lugares parece bastante com um ‘V’. Na
China em especial, mas mesmo nos EUA e na
Europa há uma normalização muito rápida em
partes da economia, principalmente na
indústria manufatureira e na construção. Outras
áreas vão ter que esperar uma vacina ou uma
solução médica mais ampla, especialmente
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