Clipping Banco Central (2020-08-03)

(Antfer) #1

Banco Central do Brasil


Valor Econômico/Nacional - Finanças
segunda-feira, 3 de agosto de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Banco Central

não deveria testar níveis ainda menores. “Uma
queda adicional na Selic não contribui muito
para a atividade, mas pode fazer a diferença
para o mercado de câmbio.”


Desde o encontro de junho do Copom, a
volatilidade da taxa de câmbio esteve no centro
das atenções do BC, que ainda estuda as
causas para movimentos mais intensos do real
do que em seus pares. Apesar do tema ter
atraído as atenções dos dirigentes do BC, a
economista-chefe da Claritas, Marcela Rocha,
não acredita em uma influência do câmbio
sobre os próximos passos da política
monetária. “Como o BC ainda não tem um
diagnóstico claro para explicar a alta
volatilidade, entendemos que reduções
adicionais da taxa de juros também não são
afetadas por conta desse fator”, afirma.


No cenário principal da Claritas, o Copom deve
efetuar dois novos cortes de 0,25 ponto
percentual na Selic, o que levaria a taxa básica
à mínima de 1,75% no fim do atual ciclo de
afrouxamento. Para Marcela, além de as
expectativas de inflação para 2021 seguirem
abaixo da meta, “a grande capacidade ociosa
na economia mantém a inflação em nível
baixo”, o que justificaria novos cortes nos juros.
Ela aponta, ainda, que possíveis frustrações
com a atividade após o fim dos estímulos
fiscais poderiam fazer a Selic ser levada a
níveis ainda menores posteriormente.


O ambiente de inflação baixa— aquém das
metas perseguidas pelo Banco Central até
2021 — e a retomada desigual da atividade
ainda mostram para grande parte dos
economistas que a Selic deve cair novamente.
Esses elementos, inclusive, trazem confiança
aos agentes de que o juro básico será mantido
nas mínimas históricas por um bom tempo,
caso não haja um descontrole fiscal com uma
mudança da lei do teto de gastos.


Para o economista-chefe do Itaú Unibanco,
Mario Mesquita, apesar do nível já baixo dos
juros, “o corte adicional seria motivado,
principalmente, por dados recentes de inflação,
que foram mais benignos do que o esperado”.
No cenário base do banco, a Selic cairia,
portanto, para 2% e se manteria nesse nível
até o início de um processo de normalização
monetária em 2021. No ano que vem, o Itaú
projeta que a taxa básica de juros chegará a
dezembro em 3%. Mesquita, contudo, nota que
um eventual redirecionamento da política
monetária poderia ocorrer “em função de uma
deterioração adicional da perspectiva fiscal
brasileira”.

O encaminhamento do lado fiscal também é
observado com atenção pela economista-chefe
da Canvas Capital, Camila de Faria Lima. Para
ela, o espaço para novas reduções na Selic é
residual, “mas é possível debater no que isso
se traduz quantitativamente”. A Canvas espera
apenas mais um corte de 0,25 ponto no juro
básico, mas, segundo Camila, “não se pode
descartar totalmente a possibilidade de um
corte adicional na reunião seguinte, a depender
da comunicação a ser empregada pelo
Copom.

“O ponto mais importante seria considerar que
a mensagem do comitê é a de que ele deverá
ser mais cauteloso em suas decisões, tendo
em vista o conjunto de estímulos já
implementados, monetários e fiscais, ao
mesmo tempo em que se mantém a incerteza
sobre o quadro macroeconômico”, diz Camila.
Ela argumenta, assim, que, para as próximas
reuniões de política monetária, o balanço dos
dados de atividade e inflação e uma visão mais
abrangente sobre os riscos devem ser
considerados, além da situação fiscal no país.

Já os economistas da Santander Asset
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