Clipping Banco Central (2020-08-03)

(Antfer) #1

Banco Central do Brasil


Valor Econômico/Nacional - Finanças
segunda-feira, 3 de agosto de 2020
Banco Central - Perfil 1 - IPCA

Conforme informou o Valor em reportagem de
20 de julho, na crise, os bancos passaram a
dar garantia firme para emissões de dívida,
assumindo os riscos, e acabaram se
beneficiando da melhora das condições de
mercado. Isso porque, do momento em que as
operações eram contratadas até a liquidação,
as taxas da NTN-B, referência de preço,
recuaram. E, na pandemia, a CVM flexibilizou
as regras de ofertas 476, retirando
temporariamente a restrição por 90 dias para
venda dos papéis comprados na emissão
primária. Assim já no dia seguinte os bancos
poderiam vender os títulos no secundário,
capturando os ganhos.


As empresas optaram por não correr o risco de
mercado na crise e acabaram captando um
pouco mais caro do que poderiam, ao aceitar a
garantia firme dos bancos. Nas contas de um
gestor, com a queda da taxa da debênture da
Iguá de 1,5 ponto, considerando a “duration”
(prazo médio) de sete anos, quem vendeu o
papel teve ganho da ordem de 10% — foi o que
empresa teria deixado na mesa. A partir deste
mês, o “lock up” voltará às emissões, o que vai
eliminar os “flippers” (aquele que lucra com a
venda de um ativo no primeiro dia de
negociação) da renda fixa.


Os papéis são as primeiras debêntures
sustentáveis (green & social bonds) emitidas na
área de infraestrutura do país, reconhecidas
pela SITAWI Finanças do Bem.


A Iguá já contava com 83% de sua dívida no
longo prazo e continuou a alongar o perfil com
as emissões. A crise não afetou diretamente
seu negócio, mas, por precaução, a Iguá
acessou dois financiamentos de curto prazo
para reforço de capital de giro, com os bancos
ABC e Santander, no total de R$ 95 milhões. A
dívida foi tomada na holding, sem garantias.
Aderiu ainda ao “standstill” (suspensão de


pagamento) de seis meses oferecido pelo
BNDES ao setor.

A empresa está com um pedido de análise de
oferta de inicial ações (IPO) suspenso na CVM
e, segundo Fingerl, monitora janelas de
mercado para retomar o processo.

A Iguá é a antiga CAB Ambiental, que pertencia
ao Grupo Queiroz Galvão, envolvido na Lava-
Jato. Foi um caso de sucesso de venda de
subsidiária de empresa envolvida em
recuperação judicial. Desde 2017 é controlada
pelo FIP Iguá, que tem entre os sócios o fundo
de private equity IG4 Capital, o canadense
AIMCo e a BNDESPar.

Assuntos e Palavras-Chave: Banco Central -
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