Clipping Banco Central (2020-08-03)

(Antfer) #1

Banco Central do Brasil


Valor Econômico/Nacional - Finanças
segunda-feira, 3 de agosto de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Banco Central

com o qual Brandão não teria experiência. O
BB, hoje, não está muito aquém dos pares
privados nesse quesito, mas Novaes vinha
batendo na tecla de que era preciso avançar, e
muito, para não ficar para trás na
transformação digital em curso no setor
financeiro. Em seu pedido de demissão, no dia
24, Novaes justificou “entendendo que a
companhia precisa de renovação para
enfrentar os momentos futuros de muitas
inovações no sistema bancário”.


Há, contudo, quem veja a indicação de
Brandão, que tem um perfil considerado
“obediente”, segundo ex-colegas, muito mais
como uma tentativa de o BB retomar o
protagonismo, com uma agenda de liberação
de mais crédito e corte de juros. O
entendimento é de que, nesta crise, o BB
perdeu espaço para a Caixa Econômica
Federal e o BNDES, que avançaram na
distribuição de auxílio emergencial e na
concessão de crédito.


“A pressão do Congresso é gigante sobre o
governo para liberação de recursos e redução
dos juros, mas o BB estava muito passivo em
relação a isso”, disse uma fonte do setor
bancário, que preferiu não ser identificada. De
acordo com esse interlocutor, embora essa
demanda exista, nada foi discutido pelo
governo diretamente com os bancos no sentido
de redução de taxas.


Brandão assumiu a presidência do HSBC após
a saída de Conrado Engel — também cotado
para suceder Novaes —, que foi para o
espanhol Santander por divergir dos planos de
venda das operações do HSBC no país. Sob a
sua liderança, o gigante britânico vendeu a
subsidiária local para o Bradesco, por US$ 5,2
bilhões, em 2015. Quando da nomeação de
Brandão para o cargo, Antonio Losada,
presidente do HSBC para a América Latina,


ressaltou que o executivo “daria continuidade à
execução da estratégia do HSBC no Brasil,
totalmente alinhada à estratégia global”.

Entre executivos do BB, a indicação de
Brandão causa certa frustração, uma vez que
havia uma disputa interna para o cargo. Foram
considerados ainda os nomes do presidente do
conselho do BB, Hélio Magalhães, que tem
conduzido as discussões sobre vendas de
ativos, e os dos vice- presidentes corporativo,
Mauro Ribeiro Neto, e de tecnologia, Fábio
Barbosa. Existe o entendimento de que
Brandão se comprometerá mais com a venda
de ativos, pelo seu perfil, do que alguém de
“dentro de casa”.

O anúncio formal de Brandão, porém, ainda
depende de questões burocráticas. O executivo
negocia uma saída amigável do cargo que
ocupa no HSBC. E, após a formalização pelo
presidente Bolsonaro, a indicação será
submetida ao comitê de exigibilidade do BB.
Em caso de resposta positiva, o governo
publica a decisão em Diário Oficial da União
(DOU). Depois disso, haverá um comunicado
ao mercado.

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