Clipping Banco Central (2020-08-03)

(Antfer) #1

Banco Central do Brasil


Valor Econômico/Nacional - Valor Investe
segunda-feira, 3 de agosto de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Banco Central

da passagem pelo hedge fund Autonomy
Capital, como economista- chefe. E, do outro,
há a análise quantitativa. São quatro
economistas e dois engenheiros concentrados
em análise de dados.


O tratamento de fontes alternativas vai ajudar a
entender para que lado sopram os ventos da
economia e, junto com a avaliação macro,
embasar as decisões de investimentos, diz
Viana. “A busca é por informações mais
tempestivas, que as pessoas normalmente não
olham, e que é um componente importante
para se jogar nas duas frentes”, diz. Isso tem
relevância pelo estilo da gestão “macro trading”
do multimercado A1.


Isso quer dizer que, ao mesmo tempo em que
avalia os cenários mais prováveis no médio e
longo prazo, a gestora se detém aos gatilhos e
ao fluxo de notícia que podem ditar a variação
dos preços num horizonte de tempo menor
para uma atuação mais tática.


Com o choque trazido pela pandemia, o Brasil
também foi obrigado a reagir e fez um esforço
fiscal que parecia impossível e que vai
aumentar a relação dívida/ PIB em 20 pontos
percentuais, destaca Viana. Após atravessar
esse período, será preciso identificar em que
nível de juros os investidores locais e
estrangeiros estarão dispostos a financiar uma
dívida de 95%, 100% do PIB.


“O problema fundamental é que não está claro
como se equaciona isso, vai depender das
escolhas da sociedade, do processo político. A
conta precisa ser paga”, diz. Para ter uma
dívida cadente é preciso enxergar um ambiente
propício para que isso aconteça, prossegue. “A
gente tem dificuldade de ver um cenário
tranquilo.”


Por ora, é o ambiente externo, que responde


aos incentivos fiscais e monetários cavalares,
que abriu um caminho para a recuperação dos
ativos. Se lá fora o mercado desandar, não dá
para ficar carregado em risco Brasil por conta
do quadro fiscal, alerta Viana.

O cenário benigno para a inflação e alguns
dados de atividades mais fortes incentivaram a
gestão a capturar os movimentos da política
monetária. Segundo o sócio Bruno Carvalho,
ex-Gávea, Itaú e Absolute, a estratégia foi se
posicionar em contratos futuros mais curtos
casados com a venda de ativos indexados à
inflação. “Imaginamos que a política frouxa vai
durar bastante tempo.” A Asset 1 projeta a
Selic em 2% no fim deste ano e em 2021, com
algum espaço para revisão para baixo.

Os juros na mínima e o lado fiscal mais
vulnerável fornecem um pano de fundo
negativo para o real que se tornou a pior
moeda do mundo nesta crise, acrescenta
Gabriel Blum, ex-Itaú BBA, ABN, Swiss Re e
Santander. O câmbio mais depreciado deve
permitir, porém, que o déficit em conta corrente
na casa dos US$ 50 bilhões caminhe para uma
situação de estabilidade. Captações externas,
ofertas iniciais de ações (IPO) e subsequentes
também podem atrair mais recursos
estrangeiros para o país.

“Por mais que tenha um cenário um pouco
mais negativo, houve ajustes econômicos no
curto prazo e notícias para o real que não são
ruins. Além disso, o mercado está
tecnicamente mais pesado, com todo mundo
comprado [em dólar futuro]”, diz Blum.

Essa é a bússola para a tomada de risco, mas
vários outros movimentos ditam para onde vão
os mercados, diz Viana. “Que temas, eventos
ou notícias vão se mover na direção ou contra
o cenário? Buscamos rentabilizar essas
oportunidades e, ao longo do tempo, tem que ir
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