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O Estado de S. Paulo/Nacional - Metrópole
segunda-feira, 3 de agosto de 2020
Cenário Político-Econômico - Colunistas

FERNANDO REINACH - As peças se


encaixam


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Autor: FERNANDO REINACH

Compreender a pandemia é montar um quebra-
cabeça. Nas duas últimas semanas, algumas
descobertas conectaram duas áreas do quebra-
cabeça.

A primeira descreve a resposta do sistema
imune. Pessoas infectadas produzem anticorpos
após serem infectadas. Alguns recobrem o
vírus, bloqueando sua entrada na célula. O
sistema imune também reage ao vírus
produzindo linfócitos T capazes de reconhecer o
vírus. Esses duram anos.

Em algumas pessoas, o sistema imune reage de
forma exacerbada, o que leva ao agravamento
dos sintomas da Covid-19. A esse fato se junta
a descoberta de que parte da população, algo
como 35%, possui células T capazes de
reconhecer o SARS-CoV-2 mesmo antes de a
pessoa ser infectada. Esse fato talvez explique
por que parte da população é assintomática,
eliminando rapidamente o vírus. O resultado é
que algumas pessoas são assintomáticas,
outras têm a forma leve e, poucas, a forma
grave. A população é heterogênea.

A segunda área do quebra-cabeças descreve o
espalhamento do vírus na população. No início,
cada pessoa infecta entre duas e três pessoas e
esse processo continua enquanto o vírus
encontra pessoas suscetíveis. Esse processo
termina com a chamada imunidade coletiva (ou
de rebanho).

No início, os cientistas acreditavam que a
imunidade coletiva ocorreria quando 60 a 80%
da população tivesse sido infectada. Por esse
motivo, os países desenvolvidos decidiram que
era necessário suprimir a propagação do vírus
até o desenvolvimento de uma vacina. Os
cientistas sabiam que nos países
desorganizados essa supressão seria
impossível, o vírus se espalharia, resultando em
um grande número de mortes antes de ser
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