Clipping Banco Central (2020-08-06)

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Banco Central do Brasil


O Estado de S. Paulo/Nacional - Economia
quinta-feira, 6 de agosto de 2020
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Projeção vê poupança abaixo da


inflação


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Autor: Mateus Apud

Com a redução da Selic (a taxa básica de juros)
para 2% ao ano, o rendimento da poupança - a
aplicação mais popular do País - ficou ainda
pior, afundando de vez no território negativo.
Isso porque a poupança devolve o valor
investido mais 70% da Selic, somado à Taxa de
Referência (TR), que está zerada. Com isso, o
atual retorno é de apenas de 1,40% ao ano,
sem descontar a inflação.

Para calcular o rendimento real, deve-se subtrair
do ganho o IPCA do período. Como a projeção

para a inflação em 2020 é de 1,63%, segundo o
último Boletim Focus do Banco Central, o
investidor perde 0,23 ponto porcentual em poder
de compra deixando o dinheiro na poupança.

Para exemplificar: quem aplicar hoje R$ 100,
terá na conta R$ 101,40 daqui a 12 meses.
Porém, com o desconto da inflação, o saldo real
a valores presentes será de R$ 99,77. Ou ainda:
quem coloca R$ 5 mil na caderneta, recebe R$
5.070 após um ano, mas na verdade está
perdendo R$ 11,50 devido à variação do IPCA.

De acordo com o BC, o saldo da poupança
encerrou o mês de julho em R$ 967.721.746
bilhões. Ou seja, quase R$ 1 trilhão investido
tem rentabilidade menor do que a inflação.

Vale lembrar que a inflação ainda está bem
abaixo do centro da meta, de 4%, valor definido
pelo Conselho Monetário Nacional (CMN)
para 2020, com um intervalo de 1,5 ponto
porcentual para cima e para baixo.

Dessa forma, se o IPCA subir nos próximos
meses, o retorno da aplicação ficará ainda mais
negativo. "É hora de sair da poupança", diz
Cynthia Trisuzzi, analista de produtos da Ágora
Investimentos, ao E-investidor, serviço de
finanças pessoais do Estadão.
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