Clipping Banco Central (2020-08-06)

(Antfer) #1

Banco Central do Brasil


O Estado de S. Paulo/Nacional - Economia
quinta-feira, 6 de agosto de 2020
Banco Central - Perfil 2 - TCU

ZEINA LATF Já assistimos a esse


filme


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O presidente Bolsonaro sentiu o gosto do
impacto do auxílio emergencial sobre sua
popularidade. Não será mais o mesmo, o que
implica maior risco fiscal daqui para frente.

A sensação é de déjà vu. Uma grave crise
justificando políticas de estímulo econômico, em
meio a demandas legítimas ou não. Na corrida
em que ninguém quer ficar para trás, a classe
política se regozija com as frentes de
negociação abertas e as benesses a vários
grupos organizados. A maioria aplaude; os
críticos ora são ignorados, ora taxados de
pessimistas, ora acusados de insensíveis. Cedo

ou tarde, a conta chega.

A crise de 2008 foi gatilho para uma miríade de
medidas de estímulo. Não tardou para excessos
serem cometidos, quando já se recomendava a
suspensão das políticas. A disciplina fiscal, pilar
dos primeiros anos do governo Lula, foi para as
calendas. O crescimento de 7,5% do PIB em
2010 foi, em boa medida, artificial. Eleição
vencida.

Dilma dobrou a aposta com estímulos e
artificialismos para todo lado. Cruzou o limite da
responsabilidade. Vale o dito: remédio demais é
veneno. A reeleição foi garantida em 2014 e se
adiou uma recessão contratada.

O início daquele filme guarda semelhanças com
o momento atual.

Bolsonaro não é afeito a reformas declarou que
fazia a da Previdência a contragosto - e
repetidamente freia o Ministério da Economia -
como ao evitar reformas que afetam o
funcionalismo - e os técnicos do governo - como
ao ameaçar demitir quem questionasse o fim do
subsídio à energia solar. Seu comportamento
influencia o Congresso. Afinal, por que ser mais
realista que o rei?
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