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O Estado de S. Paulo/Nacional - Metrópole
quinta-feira, 6 de agosto de 2020
Cenário Político-Econômico - Colunistas

SÉRGIO CIMERMAN - Imprecisão na


testagem


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Autor: SÉRGIO CIMERMAN

No diagnóstico laboratorial da covid-19, muitos
testes estão comercialmente disponíveis, mas
infelizmente poucos exames oferecem a
exatidão adequada para a confirmação ou
descarte de casos suspeitos no Brasil. E o
problema não é só em nosso País. O Center for
Diseases Control and Prevention (CDC) dos
Estados Unidos aponta que cerca de 50% dos
testes sorológicos podem ter resultado falso
positivo, ou seja, acusar a covid19 em quem
não tem a doença.

Para entender essa questão, é necessário falar
sobre os dois principais tipos de exames
laboratoriais para o diagnóstico da covid-19:
testes diretos (RT-PCR Covid) e testes indiretos
(sorologia ou detecção de anticorpos covid). O
principal exame direto disponível no Brasil é o
RT-PCR covid (Swab Nasal e Orofaringe), teste
que consegue detectar um pedaço do material
genético do Sars-CoV-2, vírus que causa a
covid19, obtido com um cotonete que colhe a
secreção das vias aéreas superiores.

O RT-PCR Covid é considerado o método
padrão-ouro no diagnóstico da covid por todas
as agências de saúde e sociedades científicas
nacionais e internacionais, por causa da ótima
sensibilidade em detectar o vírus logo nos
primeiros dias de sintomas, bem como na
excelente especificidade, ou seja, chance
virtualmente nula de testes falso positivos.

Já os testes sorológicos, em especial os
exames de detecção de anticorpos atualmente
comercializados no Brasil, apresentam sérios
problemas de acurácia, por causa da baixa
sensibilidade e também especificidade abaixo
dos limites adequados. A problemática da baixa
sensibilidade é intrínseca a vá- rios exames
sorológicos para diversas doenças, pelo
fenômeno conhecido por janela imunológica (ou
sorológica), que é o tempo decorrente entre o
início dos sintomas e a produção dos
anticorpos, que na covid-19 é da ordem de 60%
a 80% na primeira semana de doença, ou seja,
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