Clipping Banco Central (2020-08-06)

(Antfer) #1

Banco Central do Brasil


O Estado de S. Paulo/Nacional - Economia
quinta-feira, 6 de agosto de 2020
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'Juros só devem voltar a subir na


metade de 2021


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Autor: Thiago Lasco

O economista Luiz Fernando Figueiredo,
presidente executivo da Mauá Capital e ex-
diretor do Banco Central, conversou com o E-
Investidor, serviço de finanças pessoais do
Estadão, sobre o corte na taxa básica de juros
para 2%, feito ontem pelo Comitê de Política
Monetária do BC, e seus efeitos nos
investimentos. A seguir, os principais trechos da
entrevista.

O que o Comité de Política Monetária ponderou
para decidir por mais uma redução?

O Copom deu alguns sinais para o mercado.
Ele fez a redução que o mercado estava
prevendo e deixou a porta semiaberta. Não está
escancarada, ou seja, ele não vai mexer na taxa
na próxima reunião. Mas também não fechou
essa porta. O Copom espera manter essa
política monetária estimulativa (com juros
baixos) por bastante tempo. Para mudar essa
postura, ele precisa ver uma mudança nas
expectativas e projeções de inflação que seja
suficiente para isso.

Quando o BC deve voltar a elevar a taxa de
juros?

Pelo tom do comunicado, a expectativa é que
isso ocorra bem mais para a frente. Nas nossas
contas, a taxa de juros deve começar a
caminhar para uma normalização no fim do
primeiro semestre de 2021, ou no início do
segundo semestre. O que é um horizonte longo:
os ciclos do BC sempre foram muito mais
curtos. O que o BC está dizendo é que, até
onde ele consegue enxergar, manterá os juros
bastante baixos. Todo mundo sabe que a taxa
de juros de hoje não é de equilíbrio estrutural, é
estimulativa, para impulsionar uma economia
que está fraca. Do ponto de vista técnico, já
existia uma razoável ociosidade da economia
antes da covid-19. Com a pandemia, isso se
ampliou muito. Como a retomada está sendo
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