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Folha de S. Paulo/Nacional - Opinião
quinta-feira, 6 de agosto de 2020
Cenário Político-Econômico - Colunistas

O que Flávio Bolsonaro não disse


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Autor: Bruno Boghossian

Quando o país conheceu os rolos de Fabrício
Queiroz, o então senador eleito Flávio
Bolsonaro disse que o ex-auxiliar tinha uma
"história bastante plausível" para justificar as
movimentações suspeitas em suas contas
bancárias. Meses depois, ele passou a insistir
que não tinha "nada a ver" com a investigação
sobre o PM aposentado. Até hoje o filho do
presidente se enrola cada vez que tenta explicar
o caso.

Flávio deu um presente aos promotores que

apuram a existência de um esquema de desvio
de salários em seu gabinete na Assembléia do
Rio. Em entrevista ao jornal O Globo, o senador
confirmou fatos que estão sob investigação,
mas se destacou pelo que não conseguiu
esclarecer.

Primeiro, o filho do presidente admitiu: "Pode
ser que, porventura, eu tenha mandado o
Queiroz pagar uma conta minha". Flávio falava
como se aquele fosse um caso isolado, mas o
Ministério Público encontrou 63 boletos quitados
em dinheiro, com "origem alheia aos
rendimentos lícitos" do senador e de sua
mulher.

Ele ainda tentou dizer que sacava aqueles
valores e repassava ao auxiliar para bancar as
faturas. Flávio poderia ajudar os promotores a
encontrar os registros dessas operações. Em
outubro de 2018, Queiroz pagou em espécie as
mensalidades escolares das filhas do senador.
Nos 15 meses anteriores, não houve nenhuma
retirada das contas do casal.

O filho do presidente repetiu a versão segundo a
qual Queiroz apenas recolhia parte dos salários
do gabinete para subcontratar militantes. Flávio
afirmou que não sabia dessa prática, embora
isso queira dizer que o esquema ajudou a
comprar apoio político em suas bases eleitorais.
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