Clipping Banco Central (2020-08-06)

(Antfer) #1

Banco Central do Brasil


Valor Econômico/Nacional - Brasil
quinta-feira, 6 de agosto de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Banco Central

Se “as coisas vão mal, talvez até bem mal”,
conforme ele afirmou, por outro lado, significa
que há espaço para melhorar. “Perduro minha
esperança nisso, que achemos um modelo
social-democrata com liberalismo na produção
e solidariedade na gestão”, disse. É uma
agenda “dificílima”, ele reconheceu, sugerindo
que sejam atacados os “problemas grandes”,
como a necessidade de uma reforma do
Estado “para ontem”, gastos ainda elevados
com Previdência e funcionalismo e um
ambiente de negócios que deixa o investimento
no país “muito amarrado”. “Uma vez que se
começa a atacar essas questões para valer, a
economia destrava. Mas hoje isso não está
claro, as coisas não estão acontecendo. Do
lado político, deixa bastante a desejar”,
afirmou.


Sobre a desigualdade “grotesca” no país,
Arminio citou números que mostram que os
10% mais ricos da população ficam com 43%
da renda. Além disso, comentou que a renda
per capita no Brasil dividida pela renda per
capita americana nos últimos 40 anos recuou
20%, ou seja, o Brasil cresceu bem menos que
os EUA.


“Vamos atrás das áreas onde parece que está
sobrando dinheiro para colocar em áreas onde
é necessário”, ele disse, ponderando que
economistas apresentam caminhos, mas, no
fim, o “domínio” das decisões “é do político”.


No âmbito de reformas tributárias, por exemplo,
Arminio disse que o fim de deduções no
Imposto de Renda, como de gastos em saúde,
“faz sentido”, mas é preciso cautela ao falar
sobre diminuição de alíquotas. Ele afirmou
também que há buracos na tributação da
renda, mas taxações elevadíssimas — como
em impostos sobre grandes fortunas —
poderiam prejudicar o funcionamento da


economia e até estimular a saída de recursos.

Diante da magnitude da crise, Arminio avaliou
que o Banco Central tem trabalhado muito
bem tanto na política monetária tradicional
quanto em medidas “criativas” de oferta de
liquidez. E, com a inflação abaixo da meta, a
instituição "vai testando" patamares cada vez
mais baixos da Selic e “tem toda a razão para
explorar o limite” de queda dos juros.

À frente do Banco Central entre os anos de
1999 e 2003, Arminou afirmou ainda que não
há dogmas e “pode ser que juro chegue a
zero”. Mas ele espera que o país não necessite
de tanto estímulo, “porque isso mostraria que
as coisas estão muito ruins”.

Um dos grandes riscos reside em um
descontrole fiscal, que poderia prejudicar o
ambiente de juros baixos. Para Arminio, se for
necessário lá na frente aumentar os juros com
a dívida pública elevada que o Brasil
apresenta, isso “pode gerar um ciclo de
expectativas muito perigoso”, alerta o
economista. “É um risco real.”

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