Clipping Banco Central (2020-08-06)

(Antfer) #1

Banco Central do Brasil


Folha de S. Paulo/Nacional - Poder
quinta-feira, 6 de agosto de 2020
Banco Central - Perfil 1 - COAF

isso tem na imprensa, pelo simples fato de eu
ser filho do presidente. Se não fosse isso, se
bobear, já tinham arquivado [a investigação]
pelo princípio da insignificância."


Também indagado pelo jornal por que tantos
assessores de seu gabinete deram dinheiro a
Queiroz, o senador afirmou: "Ele fez um
posicionamento junto ao MP [Ministério
Público] esclarecendo essas questões. Disse
que as pessoas que faziam os depósitos na
conta dele eram da chamada equipe de rua.
Queiroz afirma que pegava o dinheiro para
fazer a subcontratação de outras pessoas para
trabalharem em redutos onde ele tinha força.
Sempre fui bem votado nesses locais. Talvez
tenha sido um pouco relaxado de não olhar
isso mais de perto, deixei muito a cargo dele".


Em março do ano passado, depois que Queiroz
afirmou à Promotoria que recolhia parte dos
salários dos assessores para fazer
contratações informais, a Assembleia do Rio
emitiu nota dizendo que a prática é proibida. Na
ocasião, a Casa ressaltou que não é permitida
a contratação de qualquer funcionário sem sua
nomeação, publicada em Diário Oficial.


Na entrevista publicada por O Globo na quarta-
feira, Flávio tenta minimizar a importância dos
repasses dos assessores a Queiroz, afirmando
que 80% dos recursos vieram de membros da
própria família do policial militar aposentado. As
transações financeiras obtidas pelo Ministério
Público, no entanto, contradizem aversão do


senador.

"Mas é obvio que, se soubesse que ele fazia
isso, jamais concordaria. Até porque não
precisava, meu gabinete sempre foi muito
enxuto, e na Assembléia existia a possibilidade
de desmembrar cargos. Outra coisa importante:
mais de 80% dos recursos que passaram pelo
Queiroz são de familiares dele. Então, qual o
crime que tem de o cara ter um acordo com a
mulher, com a filha, para administrar o
dinheiro?"

Segundo o Ministério Público do Rio, 11
assessores vinculados ao então deputado
estadual repassaram ao menos R$ 2 milhões a
Queiroz, no período de 2007 a 2018, sendo a
maior parte por meio de depósitos em espécie.

Do total, cerca de 60% foram repassados a
Queiroz pela mulher, Márcia Aguiar, e pelas
filhas, Nathalia Queiroz e Evelyn Queiroz. Mais
de R$ 800 mil foram transferidos por outros oito
ex-assessores de Flávio.

Além disso, no mesmo período, Queiroz sacou
R$ 2,9 milhões, o que indica que o volume
entregue a ele pode ter sido maior. Por isso, o
MP-RJ ressalta que o esquema pode não ter se
limitado aos 11 assessores identificados pelos
registros bancários.
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