Banco Central do Brasil

O Globo/Nacional - Economia

quinta-feira, 6 de agosto de 2020

Banco Central - Perfil 1 - Paulo Guedes

Governo fará campanha no WhatsApp

pela reforma

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Após apresentar a primeira parte da proposta de

reforma tributária - que consiste na unificação

do PIS/Cofins - , o governo espera vencer

resistências do setor de serviços, principal

crítico da medida. Para isso, a equipe

econômica prepara uma campanha que inclui

até divulgação de imagens pelo WhatsApp que

exemplificam o funcionamento do modelo de

tributação defendido pelo Executivo.

Em entrevista ao GLOBO, a tributarista Vanessa

Canado, assessora especial do ministro da

Economia, Paulo Guedes, afirma que o modelo

ainda não foi compreendido e atribui o

movimento à desconfiança de que haverá

aumento da carga tributária - o que ela nega.

Resistências à reforma tributária sempre são de

duas naturezas: ou as pessoas desconfiam ou

fazem as contas e veem que vão pagar mais

imposto. Hoje, arriscaria dizer que temos só o

primeiro caso, porque é tão difícil fazer

avaliação de impacto. Dada a obscuridade com

que a tributação incide, a pessoa não sabe o

quanto de imposto pagou nas cadeias

anterioresâ?"afirma Vanessa.

O projeto substitui o PIS/ Cofins pela

Contribuição Social sobre Operações com Bens

e Serviços (CBS), com alíquota de 12% e

chance de compensar impostos pagos ao longo

da cadeia de produção. Hoje, empresas de

serviços são tributadas em 3,65% de

PIS/Cofins,mas sem possibilidade de

compensação,no modelo cumulativo. O setor

argumenta que a previsão de abater gastos com

insumos não o beneficiaria, pois sua principal

despesa - gastos com mão de obra - não pode

ser deduzida.

Para a assessora de Guedes, o modelo da CBS

resultaria até em diminuição da carga, em

alguns casos. Vanessa reconhece, no entanto,

que serviços prestados ao consumidor podem

ter aumento de carga: - Algumas coisas vão

subir e outras vão descer. Mas as pessoas