Banco Central do Brasil

Valor Econômico/Nacional - Finanças

quinta-feira, 6 de agosto de 2020

Banco Central - Perfil 1 - Selic

Cena externa ajuda e Ibovespa

retoma os 102 mil pontos

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Autor: Marcelle Gutierrez, Marcelo Osakabe,

Victor Rezende e Ana Carolina Neira De São

Paulo

No pregão que antecedeu a decisão de corte

para 2% ao ano da taxa básica de juros (Selic)

pelo Comitê de Política Monetária (Copom), a

bolsa brasileira fechou em alta, impulsionada

pela expectativa de um novo pacote de

estímulos nos Estados Unidos e pelo avanço

das commodities. Já o dólar avançou com

preocupações sobre o cenário fiscal.

O Ibovespa subiu 1,57%, aos 102.802 pontos,

após quatro pregões consecutivos de perdas.

Já o dólar comercial avançou 0,14%, a R$

5,2926, destoando do comportamento visto no

exterior, onde o dia foi de ganhos das moedas

emergentes, amparados pelo otimismo sobre o

pacote de estímulos nos EUA. A moeda

americana cedeu 1,10% frente ao peso

mexicano, 0,64% ante o rublo russo e 0,31%

contra o rand sul-africano.

Para Fernanda Consorte, estrategista do banco

Ourinvest, o desempenho dos pares do real

pode ter influência de dois componentes. Um é

a percepção de que a discussão sobre a

reforma tributária ainda deve ser longa, porque

afeta muitos setores e deve gerar reclamação. A

outra é um certo temor em relação ao lado

fiscal. “Claro que já era dado uma piora este

ano, mas se começa a colocar em cheque a

postura do governo em relação às contas

fiscais, principalmente o auxílio emergencial.

Esse programa melhorou a avaliação do

governo nas faixas mais pobres e pode ter dado

uma ‘coceira’ populista no Bolsonaro”, diz.

“Ainda é uma preocupação inicial, não está

100% precificado até porque não sabemos se

vai ocorrer, mas começa a ser levantado e

compartilhado por economistas em grupos de

Whatsapp.”

Dois acontecimentos ajudaram a corroborar

essa visão de possível enfraquecimento do

compromisso fiscal dentro do governo. Em

audiência na comissão mista da reforma

tributária, o ministro da Economia, Paulo

Guedes, acabou reconhecendo a possibilidade

de estender o auxílio emergencial, ainda que

não com o atual valor.

Os comentários foram mal recebidos por parte

dos participantes de mercado.

Para Cleber Alessie Machado, operador da