Clipping Banco Central (2020-08-06)

(Antfer) #1

Banco Central do Brasil


O Globo/Nacional - Opinião
quinta-feira, 6 de agosto de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Ministério da Fazenda

Ímpeto gastador do bolsonarismo


cresce e preocupa


Clique aqui para abrir a imagem

Até o Zero Um aproveita a pandemia para pedir
a Paulo Guedes que libere um dinheirinho

O senador Flávio Bolsonaro, o Zero Um, não
podería ter sido mais explícito: "O Paulo
Guedes vai ter que dar um jeito de arrumar
mais um dinheirinho para a gente dar
continuidade a essas ações que têm impacto
social e na infraestrutura", disse ao GLOBO.
Assim funciona o Brasil. Falta dinheiro? Pede ao
ministro, ele dá "um jeito de arrumar". O espírito
que não vê obstáculo à alta de gastos está aí
desde que Rui Barbosa assumiu o Ministério
da Fazenda depois da Proclamação da
República e, para estimular a industrialização,
adotou a política de emissões descontroladas

que resultou no Encilhamento. Volta e meia
ressurge e, invariavelmente, acaba em inflação
ou crise nas contas externas, em meio a
recessão e estagnação.

A pandemia, que impôs mais gastos na crise,
abriu uma nova oportunidade ao ímpeto
desenvolvimentista. Seus partidários acenam
com uma recuperação mais rápida se o Tesouro
aproveitar o momento em que acertadamente
libera bilhões ao combate da crise sanitária e do
desamparo para também destinar recursos à
infraestrutura. É uma causa politicamente
atraente a aliados políticos do governo, que este
ano enfrentam eleições locais.

O primeiro sinal visível de que o governo
Bolsonaro reproduz o padrão histórico - a
divisão entre quem deseja usar o Estado para
acelerar a economia e os que se preocupam
com equilíbrio fiscal e inflação - surgiu quando
os militares do Planalto, mas não só eles,
levaram ao presidente a proposta do PróBrasil.
Renascia um programa que já teve vários
nomes: Plano de Metas (Juscelino), PND
(Geisel), PAC (Lula e Dilma). Sempre justificado
pelo meritório objetivo de queimar etapas na
corrida para o Brasil se tornar um país
desenvolvido.

O Pró-Brasil tem o DNA de Rui Barbosa e deriva
também da cepa desenvolvimentista oriunda
dos quartéis - decisiva, no governo Geisel, para
o aprofundamento da participação do Estado na
economia, por meio do programa de
substituição de importações, conduzido por um
BNDES sustentado pelo Tesouro (modelo
depois usado pelos petistas Lula e Dilma).
Free download pdf