Clipping Banco Central (2020-08-06)

(Antfer) #1

Banco Central do Brasil


Valor Econômico/Nacional - Finanças
quinta-feira, 6 de agosto de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Fed

ajudado por estímulos fiscais. Ao mesmo
tempo, o S&P 500 zerou as perdas no ano”,
dizem os profissionais do banco americano em
relatório. “Com isso, vemos menos espaço para
moedas emergentes terem performance acima
da média do mercado no curto prazo.”


Uma vez que, daqui para frente, o desempenho
das moedas emergentes passa a depender
mais do sentimento do mercado, analistas
alertam que esse trajeto pode ser
potencialmente mais volátil. Entre os riscos à
frente, o Morgan Stanley coloca uma potencial
escalada das tensões entre Estados Unidos e
China, as eleições americanas e uma nova
onda da pandemia da covid-19.


“Em relação à China, acreditamos que o
mercado não está precificando corretamente o
risco do yuan ser pressionado, especialmente à
medida que Pequim continuar comprando
menos produtos agrícolas que o acordado.
Embora não acreditemos em escalada de
tarifas, o risco de uma política não
convencional na área é maior do que o
atualmente embutido atualmente”, dizem os
analistas do banco.


Além dos eventos já no radar, resta ainda o
risco de algum tipo de erro de coordenação
política, seja por parte de governos ou pelos
BCs, lembra o estrategista do Wells Fargo,
Brendan McKenna. “Nos EUA, por exemplo, o
benefício emergencial aos desempregados
venceu e o Congresso permanece em um
impasse sobre o tema. Caso isto persista por
algumas semanas, pode levar a algum baque
do sentimento de risco. Qualquer situação que
se abata sobre o mercado de ações certamente
respingará sobre as moedas”, argumenta.


Diante desse quadro incerto, muitas casas
adotam uma posição mais tática e seletiva, em
busca de “pechinchas”. O grau de


recomendações também varia bastante, sendo
difícil apontar algum tipo de consenso sobre
qual moeda seria mais atrativa. Para McKenna,
por exemplo, as asiáticas estão mais bem
posicionadas no momento. “A região conseguiu
conter de forma mais eficiente a covid-19 que
outras do mundo. Como resultado, suas
economias estão retornando de forma mais
rápida aos níveis pré-crise”, explica.

Tihanyi, do TD Securities, discorda. “Não
acreditamos que a Ásia irá permitir uma
apreciação muito maior do que a que já
ocorreu. O comércio mundial continua
fragilizado, isso significa perda de
competitividade”, nota.

No caso da América Latina, existe grande
concordância de que as moedas da região
permanecem entre as mais desvalorizadas,
com o real à frente—no ano, a moeda brasileira
acumula desvalorização de aproximadamente
24%. Dito isso, há grande disparidade de
recomendações. O Morgan Stanley sugere ficar
comprado no real contra o peso mexicano, uma
vez que a moeda brasileira tem mais chance de
se apreciar graças à redução dos riscos de
cauda, intensificação do debate sobre reforma
e preço barato.

Recomendação contrária adota o TD
Securities. “Ainda que seja difícil dar um
argumento com base em fundamento para
preferir o México ao Brasil, o país se destaca
porque tem diferencial de juros maior e,
portanto, mais espaço para políticas
monetárias ortodoxas”, afirma Tihanyi.

O Wells Fargo também está pessimista com o
Brasil. “A falta de capacidade para controlar a
disseminação da covid-19, a dinâmica fiscal e
as preocupações políticas envolvendo o
presidente Jair Bolsonaro e sua família, são
variadas as dinâmicas que ancoram nossa
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