Clipping Banco Central (2020-08-06)

(Antfer) #1

Banco Central do Brasil


Valor Econômico/Nacional - Finanças
quinta-feira, 6 de agosto de 2020
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Novo corte não é consenso entre


analistas


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Autor: Marcelle Gutierrez, Marcelo Osakabe e
Sérgio Tauhata De São Paulo

A sinalização do comunicado do Comitê de
Política Monetária (Copom), quando o
colegiado reduziu a Selic em 0,25 ponto
percentual para 2% ao ano, pode não ter gerado
consenso sobre novos cortes da taxa, mas
consolidou a percepção de que o Banco
Central pretende manter os juros baixos por
tempo mais longo, na visão de economistas
ouvidos pelo Valor.

Os especialistas concordam também que o
comitê manteve a porta aberta às reduções. “O
BC vê a necessidade de cortar mais, mas
sempre pensando nesse limite de juros e de

estabilidade financeira”, diz Solange Srour,
economista-chefe da ARX Investimentos.

Um importante ponto do comunicado, na
avaliação da economista, veio da tentativa de
um “forward guidance”, ou seja, uma indicação
futura de que os juros não devem subir tão
cedo, somente se as expectativas de inflação de
2021 e 2022 demandarem ou houver uma
mudança do regime fiscal. Para Solange, a
tendência é de manutenção da Selic em 2% ao
ano em 2020. “Mas, claro, o viés é de mais um
corte, que acredito ser de 0,25 ponto”, diz.

Análise similar foi feita pelo economista do
Santander Brasil, Maurício Oreng, para quem o
plano do BC é manter os juros em 2% ao ano ou
abaixo disso por um bom tempo. De acordo com
o economista, nos últimos parágrafos do
comunicado a autoridade indica existir
possibilidade de novos cortes de juros e faz uma
tentativa de “forward guidance”, com indicação
futura de que os juros não devem subir tão
cedo.

O diretor de pesquisa econômica do Asa Bank e
ex-secretário do Tesouro, Carlos Kawall,
enxerga, por outro lado, espaço para novos
cortes. O Asa Bank manteve a projeção de
Selic em 1,25% em 2020, mas com nova queda
já no início de 2021, quando chegaria a 1%.

“As projeções condicionais [do Copom]
surpreenderam para baixo, sobretudo a do
cenário com juro constante a 2,25% ao ano e
câmbio constante a R$ 5,20”, diz. Segundo
Kawall, esse cenário tem parâmetros acima do
utilizado na reunião anterior e, mesmo assim, a
estimativa de inflação para 2021 fica em 3%, ou
seja, abaixo da indicada no encontro de junho.
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