Clipping Banco Central (2020-08-06)

(Antfer) #1

Banco Central do Brasil


Valor Econômico/Nacional - Finanças
quinta-feira, 6 de agosto de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Banco Central

notícias ruins vão fazer preço. Além disso,
ainda não saiu nada concreto, todo mundo
acredita muito que a equipe econômica não vai
deixar mexer no teto, que é o grande pilar
fiscal, e acha que é tudo ruído. Então, acho que
esse assunto vai fazer preço quando deixar de
ser ruído para virar algo concreto, ou quando o
mercado internacional piorar, passar por uma
correção.


Valor: Qual é o mercado que reflete melhor
esses riscos todos?


Portella: Acho que é a curva de juros que
melhor reflete esse risco fiscal. A curva está
muito inclinada. Enquanto a Selic está
caminhando para 2%, o juro longo está perto
de 7%, no caso do vencimento para 2031. A
bolsa vai olhar mais o crescimento de curto
prazo. E tem um fluxo que a gente está vivendo
no Brasil, das pessoas saírem da renda fixa e
irem para a bolsa por causa do juro baixo. Da
mesma forma que tem uma saída de recursos
de dólares. Acho que a bolsa é o mercado que
vai sofrer menos com essa questão.


Valor: Diante do risco fiscal que não está
precificado e outras incertezas, qual é a
estratégia de investimento mais adequada?


Portella: Continuamos gostando da bolsa, não
só da bolsa local, mas das bolsas globais. A
quantidade de estímulo global é algo que
nunca vimos antes. Está muito maior do que
em 2008, não só o estímulo monetário, mas o
fiscal também. E com a reabertura da
economia em um cenário de juro zero no
mundo, há espaço para valorização. Não temos
uma projeção específica, mas acreditamos que,
no Brasil, a bolsa volta para as máximas, os
120 mil pontos até o fim do ano, puxada pelas
bolsas globais. É a combinação de muito
estímulo, juro baixo e migração de investidores
para bolsa.


Valor: A renda fixa ainda traz oportunidades?

Portella: Na renda fixa, acreditamos que já
acabou o prêmio. O ciclo de redução da Selic
segue bem perto do fim. Então, a curva de
juros fica sem prêmio [nos vencimentos de
curto prazo]. E ficar “vendido” no DI [taxa do
contrato de Depósito Interfinanceiro] longo é
muito arriscado devido ao risco fiscal. Por isso,
preferimos ficar mais exposto na bolsa e até
usar o mercado de renda fixa como hedge —
de ficar “tomado” em juro como hedge para ter
posição maior em bolsa.

Valor: A estratégia de dólar forte como hedge
mudou?

Portella: Todo mundo usava o dólar como
hedge, mas o dólar subiu bastante e a avançou
junto com o dólar global. As contas externas
estão mais ajustadas, e vamos ter um superávit
em conta corrente. A balança está melhor que
o esperado. E o dólar global está virando. O
ciclo de dólar forte que dura em média de sete
a dez anos—o último começou em 2008 e dura
até agora — está terminando. Pode ver que
tem um movimento forte no euro, na moeda da
Austrália e nas moedas do G-10.

“Sob efeito de morfina da liquidez global,
mercado fica mais leniente com notícias
negativas da cena fiscal”

Assuntos e Palavras-Chave: Banco Central -
Perfil 1 - Banco Central, Banco Central -
Perfil 1 - Banco Central do Brasil, Banco
Central - Perfil 1 - Bacen, Banco Central -
Perfil 1 - Selic, Banco Central - Perfil 2 -
Banco Central, Banco Central - Perfil 3 -
Banco Central, Banco Central - Perfil 3 -
Banco Central do Brasil, Banco Central -
Free download pdf