Clipping Banco Central (2020-08-06)

(Antfer) #1

Banco Central do Brasil


Valor Econômico/Nacional - Finanças
quinta-feira, 6 de agosto de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Banco Central

Fim do ciclo, mas com uma porta


aberta para baixar mais


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Autor: Alex Ribeiro De São Paulo

Análise

O comunicado divulgado pelo Comitê de Política
Monetária (Copom) do Banco Central
representa o fim do ciclo de corte de juros, mas
com uma porta aberta para baixar mais, se
houver surpresas inflacionárias positivas. O
colegiado também faz um “forward guidance” de
manutenção da taxa básica por um bom tempo.

O cenário traçado hoje pelo Banco Central,
aparentemente, não comporta mais espaço para
estímulos adicionais, considerando a
combinação das projeções de inflação com o
balanço assimétrico de riscos. Mas,

possivelmente, o BC atribui uma boa chance ao
surgimento de novidades que podem fazer o
seu cenário central ficar velho.

É bom notar que a meta de inflação de 2022
entrou no radar do Copom, ainda que em
menor grau. Entrou de forma prematura. Até
então, a prática do Copom era apenas em
outubro de cada ano dizer que começava a
perseguir a meta de dois anos adiante, em
menor grau. Desta vez, decidiram antecipar o
alvo em duas reuniões.

O comunicado não explica as razões para essa
pressa toda em perseguir a meta de 2022. À
primeira vista, ela não faz muito sentido, porque
o efeito máximo das decisões de política
monetária ocorre com uma defasagem de um
ano e meio a dois anos. Uma explicação
plausível é o Banco Central estar preocupado
em manter o controle das expectativas de
inflação de longo prazo, que, num contexto de
forte incerteza fiscal, podem se desancorar.
Outra possível explicação é apoiar o forward
guidance de manutenção da taxa de juros por
um longo período de tempo.

O fato de o BC passar a olhar também a meta
de 2022 faz toda a diferença. As projeções de
inflação do Banco Central para 2021, que até
então era o único alvo da política monetária,
estão em 3% em dois cenários, um com juros
estáveis em 2,25% ao ano e outro com juros
que caem a 2% ao ano e sobem a 5% ao ano
em 2022. Em 3%, a inflação projetada está bem
abaixo da meta, definida em 3,75%.

O Banco Central já vinha alertando para os
analistas olharem as baixas projeções para
2021 no cenário central com reservas, já que o
balanço de riscos é assimétrico para o lado
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