Clipping Banco Central (2020-08-06)

(Antfer) #1

Banco Central do Brasil


Valor Econômico/Nacional - Política
quinta-feira, 6 de agosto de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Paulo Guedes

diante das dificuldades de se obter consenso.
Mas defende que a ideia original seja retomada
pelo Congresso. “O Congresso foi protagonista
na reforma previdenciária e pode ser, mais uma
vez, na tributária e ter uma proposta mais
audaciosa do que a do ministro Paulo
Guedes”, diz o governador.


Por um lado, o governador capixaba se mostra
preocupado com uma das sugestões de
Guedes como compensação para a nova
CPMF: a redução da contribuição patronal no
FGTS de 8% para 6%. “Tenho muita
preocupação quando você só foca na redução
das conquistas que os trabalhadores tiveram
nestes últimos anos. Hoje o sistema tributário é
um instrumento de concentração de renda.
Qualquer mexida que retire direito do
trabalhador é preciso ser avaliada, para que
aquilo que a gente vai fazer no Congresso não
seja uma situação que agrave um sistema
perverso que temos hoje”, alerta.


Por outro lado, Casagrande considera cabível
as discussões sobre reformulação no imposto
de renda, como a retirada da possibilidade de
deduções por despesas médicas. “Para poder
aprovar o imposto digital é um debate que pode
ser feito, não sou contra se fazer esse debate,
não, para que torne o sistema mais eficiente e
menos regressivo”, diz.


A segunda grande ideia de ampliação do
governador é em relação ao arco de alianças
para 2022. Defende que partidos de esquerda
procurem coligações muito mais amplas, com
siglas da centro-direita, para romperem a
polarização entre o PT e o bolsonarismo. A
dobradinha PSB e PDT, do presidenciável Ciro
Gomes, tem que se consolidar com o apoio de
outras siglas progressistas, como PV e Rede
Sustentabilidade, mas não pode parar aí. “Tem
que conversar com o presidente da Câmara,
Rodrigo Maia (DEM-RJ), com outras forças de


centro-direita, que são equilibradas, para que a
gente possa ganhar energia que de condições
de levar nossa proposta para o segundo turno”,
propõe.

O “movimento bem mais amplo”, acrescenta,
não jogaria água no moinho necessariamente
na candidatura Ciro Gomes, embora a aliança
preferencial entre PSB e PDT, nas eleições
municipais deste ano, esteja sendo vista assim.
“Não tem compromisso com nome nenhum. Há
o desenho de uma aliança, mas ela não está
ancorada em nome”, ressalta.

Nesse ponto, Casagrande não descarta que
seu próprio nome esteja na mesa dos aliados.
“Eu sou da política, estou inteiramente a
disposição do partido. Não tenho debatido o
tema nesse formato personalista, mas estamos
inteiramente a disposição de um projeto como
esse”, afirma.

O governador separa as críticas ao
comportamento pessoal do presidente Jair
Bolsonaro da atuação do governo federal. Num
movimento que classifica como contraditório, o
Executivo teria sido proativo ao destinar
recursos “significativos em termos de valores
para Estados e municípios” – até agora foram
R$ 113 milhões ou 35% das despesas da
administração capixaba com a covid-19. Por
outro lado, diz, a atitude de Bolsonaro “sempre
foi negacionista, de negar o vírus e o
distanciamento social”. “Ele dificultou e dificulta
o nosso trabalho”, afirma o governador,
contrário ao impeachment do presidente,
embora o PSB já tenha aprovado uma
resolução a favor do afastamento de
Bolsonaro.

Assuntos e Palavras-Chave: Banco Central -
Perfil 1 - Paulo Guedes
Free download pdf