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quinta-feira, 6 de agosto de 2020
Cenário Político-Econômico - Colunistas

André Rocha - O seriado ‘Making a


Murderer’ e o analista de ações


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Autor: André Rocha

Palavra do Estrategista

No último fim de semana, acabei de assistir a
série “Making a Murderer”, da Netflix. Podem
debochar de mim. Podem me chamar de
“Rubinho” das séries de TV. Mas, geralmente,
só assisto a uma série de TV tempos depois de
já ter sido encerrada. O tempo é o maior juiz
para definir a qualidade de uma obra. O texto
abaixo contém spoilers. Cuidado a quem
pretende assisti-la.

Na série, Steven Avery é condenado por um
crime de estupro em 1985. 18 anos depois, ele
é absolvido. Um exame de DNA comprova que

o culpado era outro. Solto, Avery abre um
processo de indenização contra o Estado. Dois
anos depois, é acusado, pelos mesmos policiais
de 1985, pela morte de uma fotógrafa.

As provas parecem ter sido plantadas com o
objetivo de incriminá-lo. Os agentes da lei
parecem descontentes com o processo de
reparação civil que pode atingi-los
pessoalmente.

Já na segunda temporada, uma advogada
começa a questionar cada prova apresentada.
Tenta descaracterizar o depoimento de uma
testemunha; mostra que a bala do crime não
contém fragmentos do osso da vítima; que o
sangue encontrado no carro da vítima pode ter
sido plantado. Em resumo, a advogada contesta
praticamente todas as evidências da
culpabilidade de Avery.

Por que o filme me fez lembrar a função do
analista de ações? Ao recomendar uma ação,
ele precisa defender sua tese de investimento. E
para isso, utilizar argumentos sólidos para não
ser desacreditado como os policiais da série. A
ação de uma companhia pode ser avaliada de
diversas formas: pelo patrimônio contábil, pelo
valor econômico definido pelo fluxo de caixa
descontado, por múltiplos. Escolher qual
metodologia utilizar será importante para
convencer o “corpo de jurados”.

Por exemplo, selecionar o múltiplo P/L (preço
por lucro) será uma decisão equivocada para
uma companhia que ainda apresenta prejuízos
ou que passa por um processo transformacional
como Magazine Luiza, que avança para novos
negócios, uma mistura de fintech com e-
commerce. Você terá dificuldades de convencer
a quem está comprado em MGLU3 (os
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