Clipping Banco Central (2020-08-06)

(Antfer) #1

Banco Central do Brasil


Valor Econômico/Nacional - Opinião
quinta-feira, 6 de agosto de 2020
Cenário Político-Econômico - Colunistas

nova renegociação da dívida no último
momento, nesta semana. Os Estados Unidos,
parceiro igualmente importante, também tem a
economia afetada de modo importante pela
pandemia. Mas a resposta rápida da China,
que entrou primeiro na crise e começa a sair
dela antes dos demais países, a
desvalorização cambial e a demanda global
pelas commodities, mesmo com preços em
queda, sustentam as previsões otimistas.


Após cair 6,8% no primeiro trimestre sobre o
mesmo período de 2019, a economia chinesa
cresceu 3,2% no segundo trimestre. Na
avaliação de especialistas, a reação em V
sinaliza que a China deve ser um dos raros
países a crescer este ano. Não deverá repetir o
desempenho espetacular de alguns anos atrás,
mas ficar no terreno positivo no cenário atual já
será um feito. Há quem diga que no quarto
trimestre a economia chinesa já estará perto do
ritmo de sua tendência de longo prazo, com
crescimento de 5,5% ao ano.


Cálculos feitos pelo Barclays com base em
dados do Ministério da Economia indicam que
os embarques do Brasil para a China
cresceram 14,6% de janeiro a junho, somando
US$ 34,35 bilhões, enquanto caíram 15,2%
para o resto do mundo (Valor 27/7). Há
algumas outras exceções também localizadas
na Ásia, como a Indonésia, Vietnã e Coreia do
Sul, mas cujas compras do Brasil são em
volumes consideravelmente menores.


A participação da China na pauta de
exportações brasileiras cresceu mais, de 27%
no primeiro semestre de 2019 para 34% no
mesmo intervalo de 2020, apesar das
estocadas de Brasília em Pequim. É o maior
percentual desde 2000, primeiro ano da série
elaborada pelo banco. Do superávit de US$
22,3 bilhões acumulado pela balança no
primeiro semestre, a China responde por US$


17,7 bilhões, ou quase 80% do total. A
demanda chinesa concentra-se nos produtos
básicos: de janeiro a junho, os embarques de
soja e minério de ferro cresceram 31% e 27%,
respectivamente.

De toda forma, as previsões para a balança
comercial neste ano devem ser encaradas com
cautela. A pandemia e sua evolução
desconhecida adiciona muita incerteza ao
cenário, com repercussão importante nos
preços e na demanda dos produtos exportados
e na economia global.

Assuntos e Palavras-Chave: Cenário Político-
Econômico - Colunistas
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